Facebook é criticado por venda de anúncios que comparam a Covid-19 ao Holocausto

De acordo com dados do Facebook, as páginas que veiculam esses anúncios pagam-lhe para alcançar um público estimado de mais de um milhão de pessoas por anúncio, embora cada uma das páginas tenha menos de 10 mil seguidores.

Donnie O’Sullivan, jornalista da CNN, acusou esta sexta-feira, o Facebook de ter vendido anúncios de t-shirts e sweatshirts com slogans “que compararam a resposta à Covid-19 nos Estados Unidos à Alemanha nazi", além de sugerirem "que as vacinas são venenosas ou iguais ao Holocausto".

“Nos últimos anos, a rede social arrecadou cerca de 688 mil euros no total com este anúncios de roupa, veiculados em páginas como 'Ride the Red Wave' e 'Next Level Goods’”, revelou.

“Lenta e silenciosamente mas é um Holocausto”, podia ler-se no design de uma t-shirt, num anúncio onde era ainda apresentada uma seringa alusiva à vacina da Covid-19. 

Num outro era mostrado um desenho de uma seringa semelhante, numa t-shirt: “Orgulhosamente não envenenada”, lia-se no tecido. De acordo com os dados do Facebook, este anúncio destinava-se principalmente a homens e foi bem visto em  estados como o Texas, Flórida, Pensilvânia e Califórnia.

Entre 29 e 30 de novembro, a página “Ride the Red Wave”, partilhou anúncios de uma sweatshirt estampada com a frase: “Sou originalmente da América mas atualmente resido na Alemanha de 1941”, comparando a resposta dada à pandemia nos Estados Unidos com governo nazi na Alemanha nos primeiros anos da II Guerra Mundial.

Num outro anúncio veiculado em junho, lia-se: “Tornar grande o enforcamento de traidores novamente”. 

Embora os três primeiros tenham sido retirados por “violar as políticas de publicidade do Facebook”, este último não foi removido no momento da publicação.

De acordo com dados do Facebook, as páginas que veiculam esses anúncios pagam-lhe para alcançar um público estimado de mais de um milhão de pessoas por anúncio, embora cada uma das páginas tenha menos de 10 mil seguidores. 

Um porta-voz da atual Meta, empresa-mãe do Facebook, garantiu à revista americana “Insider” que vários desses anúncios “violam as suas políticas e agora foram rejeitados”.  O responsável reforçou ainda que, regularmente, ajudam nos esforços de vacinação e esclarecem as pessoas com informações precisas e verificadas sobre a Covid-19.