Gouveia e Melo confessa ter ficado “afetado” quando lhe chamaram “assassino e genocida”

“Como é que nós no século XXI, com tanta informação conseguimos acreditar em coisas tão exóticas como que alguém nos vai implantar um chip da Microsoft quando nos estão a dar uma injeção”, considerou ainda o vice-almirante Gouveia e Melo.

Gouveia e Melo confessa ter ficado “afetado” quando lhe chamaram “assassino e genocida”

O vice-almirante Henrique Gouveia e Melo foi o convidado do programa da SIC ‘Alta Definição’, deste sábado. Em entrevista a Daniel Oliveira, o antigo coordenador da extinta task-force responsável pelo plano de vacinação em Portugal, confessou que ficou “afetado” quando negacionistas lhe chamaram “assassino e genocida”.

“Assusta-me, mas mais pelo obscurantismo que está por trás do negacionismo. Como é que nós no século XXI, com tanta informação conseguimos acreditar em coisas tão exóticas como que alguém nos vai implantar um chip da Microsoft quando nos estão a dar uma injeção. Esse tipo de informação e esse tipo de crenças dá-me receio porque essas crenças podem ser manipuladas para coisas muito piores, para extremismos, extremismos religiosos, extremismos políticos e tudo isso dá-me algum receio enquanto cidadão. Acho que o cidadão lógico normalmente é um bom cidadão, um cidadão ilógico é um cidadão perigoso porque pode ir por muitos caminhos e há caminhos onde essa ilógica pode ser manipulada. E hoje com o acesso que a Internet permite a esses efeitos bolha e de rede social e desinformação podemos criar aqui fenómenos perigosos para a sociedade”, considerou.

Sobre ter sido recebido por um grupo de manifestantes num centro de vacinação de Odivelas, em agosto último, o militar confessou que ficou “afetado” com as palavras a si dirigidas.

“Como militar estou habituado a reagir a situações difíceis, mas afeta-nos. Tenho de lhe dizer que fico afetado quando me chamam assassino e genocida porque não estou habituado a esse tipo de linguagem”, afirmou,

Por ter “origem judaica” considera que tais palavras não devem ser “usadas de forma simples”. “Esse tipo de coisas mexe comigo, eu tenho origem judaica, como muitos portugueses, e quando falam em genocídio mexe comigo, não são palavras que se possam usar de forma simples”, acrescentou.