Sobe para 37 o número de casos da variante Ómicron detetados em Portugal

INSA refere que a circulação da variante “terá sido residual”.

Sobe para 37 o número de casos da variante Ómicron detetados em Portugal

O número de casos associados à variante Ómicron do vírus SARS-CoV-2 subiu para 37, revelou, esta terça-feira, o mais recente relatório de situação sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA). De sublinhar que o relatório ‘Monitorização das linhas vermelhas para a covid-19’, divulgado na sexta-feira, dava conta da existência de 34 casos e hoje foi avançado pela SIC Notícias que três passageiros de um voo de repatriamento de Moçambique foram detados com a variante.

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Entre os dias 8 e 21 de novembro (semanas 44 e 46), que conta com “amostragens fechadas e análises concluídas”, registou-se uma frequência relativa de 100% para a variante Delta (B.1.617.2). Já na semana seguinte (47), entre os dias 22 e 28 de novembro, “apesar de a variante Delta apresentar uma frequência relativa de 100%, este valor é provisório pois os dados ainda estão a ser apurados”.

No total, foram analisadas, até à data, 13.038 sequências da Delta, que se dividem em mais de 100 sublinhagens. “Desta monitorização contínua destaca-se a atual circulação de diversas sublinhagens da variante Delta em Portugal, sendo que 34 destas foram detetadas consecutivamente nas últimas 3 semanas com amostragens fechadas e análises concluídas (semanas 44 a 46) ou na atual semana em análise (semana 47)”, acrescenta o relatório.

O documento destaca a sublinhagem da AY.43 com uma mutação adicional na proteína Spike, “que tem representado, nas últimas semanas, cerca de 4% de todas as sequências analisadas, ilustrando a continuidade da sua circulação, a qual é mais marcada nas Regiões Norte e Centro”.  

Já a frequência relativa da sublinhagem AY.4.2 “tem-se revelado tendencialmente crescente, de 1,8% na semana 42 (18 a 24 de outubro) para 4,2% (semana 47, 22 a 28 de novembro)”. Mantém-se uma maior circulação na região do Algarve, “estando no entanto a aumentar a sua frequência noutras regiões”, especialmente em Lisboa e Vale do Tejo.

“A sublinhagem AY.26 tem mantido uma frequência relativa de cerca de 4% a nível nacional, mantendo uma maior circulação no Alentejo e, nas últimas semanas analisadas, revelando um aumento considerável de circulação na Região do Centro”, lê-se.

As últimas amostragens revelam ainda a ocorrência de três surtos, não relacionados entre si, nos distritos de Évora e Porto e na Região Autónoma dos Açores da variante Delta+S:E484Q (diversas sublinhagens). “Na mais recente amostragem confirma-se a continuidade destas três cadeias de transmissão, destacando-se aquela detetada na Região Autónoma dos Açores (sublinhagem AY.36+S:E484Q), uma vez que este perfil representou 21% das sequências analisadas dessa região na semana 46.”, destaca o INSA.

Sobre a “variante de preocupação Ómicron”, que foi recentemente identificada em países da África austral, foram registados 37 casos, mais três do que os revelados no relatório ‘Linhas Vermelhas’ de sexta-feira.

“Em Portugal, estão identificados um total de 37 casos por pesquisa dirigida de mutações e/ou sequenciação do genoma viral, sendo que não foi detetado qualquer caso desta variante nas amostragens aleatórias semanais de âmbito nacional sujeitas a sequenciação do genoma viral. Colocando como hipótese a existência de circulação comunitária da variante Ómicron em Portugal nos períodos analisados (hipótese não confirmada até à data), estes dados sugerem que a circulação terá sido residual”., explica.

Desde junho de 2021, têm vindo a ser analisadas uma média de 534 sequências por semana, provenientes de amostras colhidas aleatoriamente em laboratórios distribuídos pelos 18 distritos de Portugal continental e pelas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, abrangendo uma média de 129 concelhos por semana.

Até à data, foram analisadas 22.533 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e instituições, representando 303 concelhos de Portugal.