O que sabemos até agora sobre a nova variante Omicron?

Todos os dados até ao momento são preliminares e indicam que a nova estirpe pode provocar sintomas menos graves do que a variante Delta, mas poderá ter uma taxa de reinfeção mais elevada do que todas as variantes em circulação. 

O que sabemos até agora sobre a nova variante Omicron?

A variante Omicron do coronavírus parece provocar sintomas menos graves, mas poderá ter uma taxa de reinfeção mais elevada e escapar mais facilmente em parte à proteção fornecida pelas vacinas. 

Estas são algumas das informações recolhidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que, há cerca de uma semana, avisou que necessitava de mais tempo para saber exatamente os efeitos da nova estirpe da covid-19. 

No entanto, na quarta-feira já avançou que a Omicron parece provocar sintomas menos severos do que a variante Delta, mas poderá ter uma taxa de reinfeção mais elevada em relação a todas as variantes. 

Num relatório divulgado ontem, a OMS indicou que a maioria dos casos de infeção com Omicron estudados apresentava sintomas ligeiros ou eram assintomáticos. Contudo, é de notar que até à data nenhuma morte por covid-19 foi associada a esta estirpe. 

A entidade de saúde mundial classificou a Omicron como variante de preocupação, ou seja, é uma estirpe que está associada ao aumento da transmissibilidade ou à diminuição da eficácia das regras de saúde pública, dos diagnósticos, vacinas e tratamentos. 

A Omicron foi detetada pela primeira vez na África do Sul por cientistas, que informaram a OMS sobre a nova estirpe a 24 de novembro. Desde então que as infeções por esta variante tem vindo a aumentar exponencialmente, tendo sido identificada em 57 países, um dos quais Portugal, que já diagnosticou até ao momento 34 casos. 

Também já se sabe a que Omicron tem mais de 30 mutações genéticas na proteína da espícula, aquele que permite ao vírus entrar nas células humanas, visto que algumas estão ligadas à resistência a anticorpos neutralizantes (com potencial de escapar às vacinas) e a uma melhor transmissibilidade (com potencial de serem mais contagiosas).

A investigação preliminar da Agência Europeia do Medicamento (EMA) sugere que a Omicron poderá ser mais contagiosa do que a Delta, sendo esta a variante mais transmissível das existentes em circulação. Porém, ainda não é possível apurar se a nova estirpe virá a ser o vírus dominante, lugar detido pela Delta. 

Já do lado das farmacêuticas, a consórsio Pfizer/BioNTech avançou que a sua vacina também é eficaz contra a Omicron, mas apenas com a inoculação de três doses em vez das habituais duas. Ainda assim, as duas parceiras já anunciaram que vão continuar a trabalhar para criar uma vacina específica para esta estirpe, que deverá ser disponibilizada no máximo a partir de março do próximo ano, caso seja necessário. 

Por outro lado, a OMS não encontra ainda razões para que as vacinas contra a covid-19 no mercado percam eficácia contra a doença grave, uma vez que têm funcionado com as diferentes variantes.