Vacinação de crianças, Cabrita, Joacine e camelos

Se olharmos para o que se assiste no dia-a-dia desses casais, percebe-se, facilmente, que as crianças vão ser usadas em mais uma disputa entre pai e mãe.

1.A vacinação de crianças entre os cinco e os 11 anos deverá ser mais uma dor de cabeça para os miúdos, já que, suspeito, vão ser envolvidos em guerras sem tréguas entre pais separados. Se olharmos para o que se assiste no dia-a-dia desses casais, percebe-se, facilmente, que as crianças vão ser usadas em mais uma disputa entre pai e mãe. As discussões entre casais desavindos, muitas vezes, chegam a limites inaceitáveis e, neste caso, com a própria comunidade científica dividida, o que se irá passar não será nada de bom.

Não sei se já está pensado alguma coisa para estes casos, mas é bom que esteja, pois muito do que se decidir irá ter repercussões no futuro. Imagine-se que ganha a opção de não se vacinar e a criança é afastada da escola sempre que aparece um novo caso ou contrai a doença. Calculo que quem tenha que ficar com a criança em casa vai culpar o outro. Da mesma forma que se decidirem vacinar e a criança tiver reações adversas também será uma confusão. Como disse, tudo se agrava porque não há unanimidade na comunidade científica, o que dificultará a vida aos casais separados e não só. Esperemos pois que o bom senso prevaleça e que se olhe para o caso da África do Sul onde as crianças são as principais vítimas da nova variante da covid-19.

2.Vivemos num país verdadeiramente surreal e o relatório do acidente onde ia o então ministro da Administração Interna que vitimou um trabalhador na A6, é bem a prova disso. Então a procuradora responsável por elaborar a acusação decide colocar no carro ministerial o responsável da segurança da PSP, que ia no carro de trás? E descreve que Eduardo Cabrita ia ‘ensanduichado’ ’ no banco de trás? Alguém acredita que um ministro viaja no lugar do meio do banco traseiro, apertado por outras duas pessoas? Que raio de justiça é esta? Quais os objetivos deste erro? E a Procuradoria-Geral da República não se dá ao trabalho de retificar o erro? Ou será que tal não é possível, por razões que a razão desconhece? Inacreditável, é apenas o que há a dizer.

3.Ao ver alguns programas televisivos sobre desporto fiquei a pensar que Pinto da Costa é um santo e o Ministério Público o Diabo. Na RTP 3 cheguei a ver o jornalista da casa a atacar os programas concorrentes e a dizer que a informação que o canal público revelou se restringia às informações do MP. Então e os outros? Falaram de um inquérito feito nas redações? Cada vez mais há cartilheiros em todos os canais que dizem as maiores barbaridades para defenderem as suas damas, sejam as do FC Porto, Benfica ou Sporting. As pessoas não têm vergonha na cara e podiam ao menos esperar para ver o que vai sair dos processos em curso: Cartão Vermelho, Prolongamento ou Fora de Jogo.

4. Por falar em falta de vergonha, o que dizer do twitt de Joacine Katar Moreira sobre o cartaz do Bloco de Esquerda? Reza o cartaz: ‘Razões fortes, compromissos claros’. E qual foi a resposta da antiga deputada do Livre? «Sobre o novo cartaz do BE, nada contra mas diria que nem tudo o que é claro é bom. A dicotomia claro/escuro no discurso político, já mudava».  Parvoíce maior é difícil. Joacine parece ter um conflito com tudo o que é claro e branco. Calculo que sonhe com um mundo onde só há noite e onde os brancos andarão com cartazes a pedir desculpa pelo seu passado. E, claro, os negritos nos textos jornalísticos terão de ser erradicados, pois não se pode pôr só em discurso direto os chamados negros. 

5. Para provar que o mundo está mesmo louco, esta semana soube-se que um concurso de beleza de camelos na Arábia Saudita expulsou 40 concorrentes por os seus donos lhes terem injetado botox. Camelos com botox? O mundo bateu mesmo no fundo. Bom fim de semana!    

vitor.rainho@sol.pt