EUA. Rasto de destruição numa das “piores séries de tornados” da história do país

Dezenas de tornados afetaram seis estados do sul e centro dos EUA. No Kentucky, o estado mais afetado, o número de mortos pode subir aos 100. 

Pelo menos 80 pessoas morreram nos tornados que arrasaram Mayfield, no Estado americano do Kentucky. Mas o número de mortos pode ultrapassar os 100 uma vez que existe ainda um número desconhecido de desaparecidos. Este é o balanço de vítimas da devastação neste local mas os tornados devastaram o centro e o sul dos Estados Unidos.

A perspetiva do número de mortos em Mayfield – local mais afetado – foi dada pelo Governador do Kentucky, Andy Beshear, à CNN onde garantiu também que esta série de tornados é a “mais mortal” da história daquele estado americano.

No total dos seis estados mais afetados – Arkansas, Illinois, Kentucky, Missouri, Mississípi e Tennessee – a BBC avança com um total de pelo menos 94 mortos e cerca de 30 tornados, numa altura em que as buscas por sobreviventes ainda continuam.

Numa declaração ao país, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que esta trata-se de “uma das piores séries de tornados” da história do país”, o que considerou uma “tragédia inimaginável”. “É uma tragédia, e não sabemos ainda quantas vidas se perderam, nem a extensão total dos danos”, disse, prometendo que “o Estado federal fará tudo o que puder para ajudar”.

É que as perspetivas não são as melhores. Andy Beshear disse que o caminho da devastação 365 quilómetros de comprimento, que, a confirmar-se, ultrapassaria o tornado Tri-State de 218 milhas em 1925, que matou pelo menos 695 pessoas e destruiu 15000 casas em Missouri, Illinois e Indiana. “O nível de devastação é diferente de tudo que eu já vi”, disse.

Segundo a imprensa internacional, nesta zona, a maioria das mortes ocorreram numa fábrica de velas em Mayfield, onde cerca de 110 funcionários trabalhavam no turno da noite quando um dos tornados passou, destruindo o edifício por completo. Mais de metade destas pessoas continua desaparecida. Segundo Jeremy Creason, chefe dos serviços de emergência da cidade, as equipes de resgate tinham que, às vezes, “rastejar sobre as vítimas para chegar aos vivos”.

O relato feito por Nomia Iqbal, repórter da BBC News em Mayfield, é arrepiante: “Quando o sol nasceu, conduzir em Mayfield foi como entrar num filme de desastre. Simplesmente resta muito pouco da cidade. Casas achatadas estão agora enterradas em pilhas dos seus próprios destroços – brinquedos, sapatos e um cartão de Natal inacabado estão espalhados entre as folhas de metal torcido e as árvores despedaçadas”, escreve.

Por cá, o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já se manifestou sobre a tragédia e transmitiu ao presidente dos EUA “a profunda preocupação do povo português com as consequências devastadoras dos tornados que assolaram o centro e o sul dos Estados Unidos nos últimos dias, provocando muitas dezenas de mortos e vastos prejuízos materiais”, lê-se numa nota do site da Presidência.

O mesmo fez o presidente russo, Vladimir Putin. “Na Rússia, partilhamos a dor daqueles que perderam os seus entes queridos; esperamos que os feridos recuperem e que as consequências sejam ultrapassadas”.