IL. Depois da VI Convenção, a bonança e as promessas

Cotrim Figueiredo foi reeleito líder, há caras novas na direção, e a IL ganhou músculo para as eleições.

Afinal, ainda não há fumo branco na Iniciativa Liberal sobre quem serão, oficialmente, os protagonistas do partido para as eleições legislativas de janeiro. O partido vai reunir esta semana em Conselho Nacional para fechar essas listas, e a grande incógnita na sala mantém-se: Carlos Guimarães Pinto, antigo líder dos liberais, não esteve presente (pelo menos fisicamente) na VI Convenção e, apesar de o i saber que o mesmo foi convidado a fazer parte da lista de candidatos ao parlamento, não há ainda sinais que tenha aceite o convite.

Já se sabe, no entanto, com quem não conta a Iniciativa Liberal na sua nova comissão executiva. Maria Castello-Branco, indicada por alguns como a ‘estrela em ascensão’ da Iniciativa Liberal, deixou a comissão executiva do partido, defendendo que “uma política tem de ser independente”, pelo que “não pode depender de uma carreira política”, citada pelo Observador.

Os liberais reuniram, no passado fim de semana, na VI Convenção, e daí resultaram moções aprovadas, discussões, ideias, e uma direção reeleita, reforçada, e com caras novas. João Cotrim Figueiredo, líder e deputado único dos liberais, encabeçou uma lista única à Comissão Executiva e obteve 94% dos votos internos do partido (688 votos a favor, 22 abstenções e 21 votos contra). Conta-se, principalmente, a entrada na direção, como vogais, de um dos fundadores do Movimento Europa e Liberdade (MEL) Paulo Carmona, do professor catedrático Miguel Pina e Cunha, e da advogada Ana Pedrosa-Augusto, que foi vice-presidente eleita no primeiro congresso do Aliança, e que fez parte também das listas liberais à Câmara de Lisboa nas últimas eleições autárquicas. O assessor do partido e militante número dois da IL, Rodrigo Saraiva, está também de entrada na recém-eleita direção do partido.

Princípios A VI Convenção da Iniciativa Liberal resultou numa nova e refrescada declaração de princípios do partido, bem como em oito moções setoriais aprovadas. Pelo meio, as discussões deram azo ainda a críticas à atual posição do partido no panorama político português. A moção “Em defesa da Liberdade”, que acabou rejeitada, batia-se pela “liberdade individual em tempos de paz, em tempos de guerra, em tempos de cólera, em tempos de Covid”, e apontava farpas ao partido. Esta moção acusou a IL de estar a “desiludir profundamente”, e a “alienar os portugueses que amam a liberdade”, quando “compactua sem protesto com limitações impostas pelo poder político à liberdade individual a pretexto de um qualquer pânico moral — a ‘emergência climática’, o ‘discurso do ódio’, a pandemia, etc”.

VOTO ÚTIL No seu discurso, Cotrim Figueiredo não deixou dúvidas: um voto na Iniciativa Liberal é, defende, um ‘voto útil’. O alvo foi um: o Partido Socialista de António Costa. Acusando um Governo “gordo”, guiado pelo “nepotismo”, comparando este Executivo socialista a José Sócrates e acusou o partido de nunca se ter ‘demarcado’ do antigo PM.