Para a União Europeia o Natal é fascista?

A igualdade é agora uma bizarria que já nada tem a ver com igualdade.

Por João Maurício Brás

Na corrida de fórmula um no Bahrein, os pilotos no pódio não puderam brindar com álcool, o champanhe foi substituído por água de rosas não alcoólica. Os muçulmanos exigem o respeito da sua religião e tradição. No Ocidente, a União Europeia quer matar o Natal. 

Em breve seremos presos por desejarmos a alguém ‘Feliz Natal’. A política obedecerá à ordem do juiz que cumpre a lei proposta e aprovada pelo político progressista e propagandeada pelos média. Os valores e a história são hoje puramente negativos. Restam-nos as leis produzidos pela máquina político-jurídica criadora do novo hum@no.

A UE quer cancelar o Natal e nomes cristãos porque são ofensivos. Devemos usar apenas a expressão ‘tempo de férias’. A deformação do progresso levada a cabo nos EUA instala-se de vez na Europa. O mundo como supermercado e manicómio está nas suas principais organizações Ocidentais, nos programas políticos, escolares e no setor jurídico. Um mundo neutro, sem história, sem identidade, que odeia tudo o que foi, produz o consumidor ideal, o ser neutro, atomizado, emancipado de tudo. Até da lucidez.

A abolição de qualquer limite ou fronteira que possa parecer ofensivo para alguém, por mais absurdo que seja, ocupa os cérebros das universidades, liquidatárias da cultura e alimenta uma elite que vive num delírio distópico. 
A ideia de matar o Natal está num documento interno da UE, encomendado, não por um louco, mas pela comissária europeia Helena Dalli.

O hiperliberalismo progressista brinda-nos com banhos de insanidade que superam em muito quaisquer fake news. Isto é o expoente do progressismo. Não se pode separar estes episódios da sua origem, o culto do individualismo egoísta, da ideia que a cultura, a civilização, a história, as nossas raízes e os valores não interessam para nada e são até opressivos. Que cada um é o que bem quer, e faz o que bem lhe apetece, nesse sentido tudo o que seja manter qualquer continuidade histórica, filosófica, moral ou religiosa é considerada ofensivo.

Nos EUA inventou-se até um nome substituto do Natal, o Kwanzaa, para não ferir as suscetibilidades dos não crentes, como se o Natal ainda tivesse para a maior parte da população algo a ver com a religião. Isto é o progressismo: uma amálgama de liberalismo económico, liberalismo cultural e social e a extrema-esquerda pós-moderna.

A obsessão com as linguagens e ideias purificadas, aldrabadas com conceitos como inclusão pretendem iludir-nos como combate à discriminação, como se mudando e eliminando palavras se alterasse a realidade. Esta obsessão doentia com um determinado ideal de correção está a instalar um neoestalinista nas nossas mentes e nos nossos comportamentos. A senhora que encomendou o estudo é Comissária da Igualdade. A igualdade é agora uma bizarria que já nada tem a ver com igualdade. O documento visava eliminar «estereótipos profundamente enraizados no comportamento individual e coletivo»… Não há cultura sem estereótipos. Impor uma tábua rasa na nossa mente é uma operação sinistra. Os responsáveis principais da obrigação da insensatez como normal são os políticos do sistema e os média que se calaram por medo, ignorância ou omissão. E nós também, porque enquanto tudo isto se instala, estamos ocupados nas compras, na net ou a ver televisão.

O contrário do progressismo não é o anacrónico deus, pátria e família, não; é outra coisa.