Rio acusa diretor da PJ de “foguetório” na detenção de Rendeiro

“Se não houvesse eleições à porta, o diretor da PJ tinha um comportamento normal, dava uma conferência de imprensa, quando muito uma entrevista”, disse o líder do PSD. “Quando João Rendeiro fugiu, andou de canal em canal a dar entrevistas?”, perguntou.

Rui Rio acusou, esta terça-feira, em entrevista à RTP, o diretor nacional da Polícia Judiciária de fazer um “foguetório” pela detenção de João Rendeiro “pela polícia sul-africana”. Para o presidente do PSD, Luís Neves pretendia “beneficiar indiretamente o PS”.

As declarações de Rio surgiram quando foi questionado acerca de uma publicação que fez na rede social Twitter, um dia depois da detenção do ex-banqueiro na África do Sul.

“O diretor da PJ deu uma conferência de imprensa de manhã. Depois esteve na RTP às 13h, na CMTV às 17h, na CNN às 19h e, exibindo o seu dom da ubiquidade, conseguiu estar às 20h, ao mesmo tempo, na SIC e na TVI. Pelos vistos, o azar de João Rendeiro foi haver eleições em janeiro”, escreveu Rio naquela rede social, no domingo.

Interrogado sobre se acredita que a PJ foi mais ativa devido às eleições de 30 de janeiro e porque quis beneficiar o PS, o líder do PS disse que é necessário ler a sua publicação “como um todo”.

“Quem encontrou e quem deteve João Rendeiro? Foi a polícia sul-africana, o que as pessoas dizem que eu quis dizer é que a política sul-africana esperou pelo momento certo porque havia eleições em Portugal em 30 de janeiro?”, questionou.

Rio explicou que a “ironia” por si utilizada se deveu ao facto de o diretor da PJ, “um cargo de nomeação do Governo, ter aproveitado o facto de a polícia sul-africana ter detido João Rendeiro para ir fazer um foguetório e beneficiar indiretamente o PS”.

“Se não houvesse eleições à porta, o diretor da PJ tinha um comportamento normal, dava uma conferência de imprensa, quando muito uma entrevista”, disse. “Quando João Rendeiro fugiu, andou de canal em canal a dar entrevistas?”, perguntou.