Bibliotecas Públicas vão todas ter equipamentos informáticos novos

O subdiretor-geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, José Maria Salgado, revelou na quinta-feira que não só as 239 bibliotecas da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas vão receber equipamentos informáticos novos, como também cinco concelhos do país sem biblioteca municipal vão ter bibliotecas itinerantes. 

Esta quinta-feira, durante uma apresentação pública em Lisboa, sobre as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para a Cultura, José Maria Salgado destacou os dois aspetos principais do programa: a dotação de bibliotecas municipais dos “equipamentos necessários” e a internacionalização de obras e autores nacionais.

No âmbito da modernização tecnológica da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas (RNBP), criada há 30 anos, e que viu “uma paragem no investimento” nos últimos anos, serão agora adquiridos equipamentos informáticos para as 239 estruturas integrantes da rede. Por outro lado, serão disponibilizadas cinco bibliotecas itinerantes aos concelhos de Aljezur, Calheta de S. Jorge, Marvão, Terras de Bouro e Vila Viçosa, que não “carecem” de uma biblioteca municipal.

Esta modernização pressupõe também software para 14 bibliotecas públicas municipais que não dispõem de um para gestão dos seus fundos, e ainda um sistema de informação e catálogos integrados que abranja as 239 bibliotecas.

O plano de modernização entrará em marcha entre 2022 e 2024 e contará com um investimento de 5,948 milhões de euros.

Relativamente à internacionalização, está prevista uma linha de apoio desenvolvida entre 2022 e 2025, que dividir-se-á em quatro áreas de atuação: a primeira, no valor de 3,672 milhões de euros, prevê o apoio à tradução de 1.200 obras literárias, incluindo “Os Lusíadas”, em todas as línguas oficiais da União Europeia; em segundo lugar, está previsto o apoio à edição de ‘audiobooks’ e ‘ebooks’, com um valor estimado de 4,8 milhões de euros, para um total de 4 mil livros; em terceiro lugar prevê um investimento de 3,798 milhões de euros para um universo de 200 livrarias; e em último lugar está prevista a criação de uma plataforma de empréstimo de livros eletrónicos, que “pretende alcançar um universo de 300 bibliotecas [mais do que as 239 da RNBP], porque poderá haver bibliotecas que não pertençam à rede e que adiram a esta plataforma”, elucidou o subdiretor da DGLAB.

Segundo o mesmo, esta modernização e transição digital engloba tecnologias de informação e comunicação, sistema de gestão de ‘stocks’ e ‘website’ com loja ‘online’.

No que toca à criação da plataforma digital, esta está centrada apenas no ano 2022, tendo prevista uma verba de 900 mil euros.

“Este investimento permitirá garantir acesso gratuito pelas bibliotecas públicas à plataforma durante três anos”, explicou José Maria Salgado, acrescentando que, “findo esse período, caberá aos municípios encontrar uma forma de acesso”.