Tufão Rai mata quase 100 pessoas ao passar pelas Filipinas

As Filipinas, classificadas entre os países mais expostos às mudanças climáticas, são varridas por quase 20 tempestades tropicais ou tufões a cada ano que normalmente destroem plantações, casas e infraestrutura em regiões já pobres.

Quase 100 pessoas morreram nas Filipinas à passagem do tufão Rai, o mais forte a atingir o país neste ano, de acordo com contagens oficiais divulgadas hoje.

As autoridades tentam agora levar comida e água às ilhas devastadas.

O governador da ilha turística de Bohol (centro), Arthur Yap, anunciou na sua página do Facebook que 63 pessoas morreram na sua província enquanto nas ilhas Dinagat há registo de 10 mortes.

O número de vítimas pode aumentar à medida que as equipas de resgate chegam às áreas devastadas pelo tufão.

O tufão, acompanhado por ventos que atingiram 195 quilómetros por hora, varreu o centro e o sul das Filipinas na quinta e sexta-feira, explodindo telhados, rasgando postes e cortando as comunicações, antes de partir para o mar no sábado.

Fotos aéreas tornadas públicas pelo exército mostram danos consideráveis nas regiões afetadas. Cerca de 300 mil pessoas tiveram que fugir das suas casas.

Milhares de militares, policias, elementos da guarda costeira e bombeiros foram destacados para as áreas mais afetadas para auxiliar nas operações de busca e resgate.

"Será um longo e difícil caminho para as pessoas reconstruírem e assumirem o controle de suas vidas", disse Alberto Bocanegra, chefe da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho nas Filipinas.

Milhares de litros de água foram entregues depois de os cortes de energia em toda a ilha terem interrompido os postos de abastecimento de água.

As ilhas de Siargao, Dinagat e Mindanao também sofreram uma destruição significativa.

Imagens aéreas divulgadas pelos militares mostram graves danos na cidade de General Luna, na ilha de Siargao, onde surfistas e turistas estavam reunidos para a temporada de férias, com telhados arrancados e escombros espalhados pelo chão.

Na ilha de Dinagat, os danos são "equivalentes, senão piores" aos causados pelo super tufão Haiyan de 2013, segundo a governadora da província, Arlene Bag-ao.

Haiyan, chamado Yolanda nas Filipinas, foi o ciclone mais mortal do país, matando 7.300.

Rai cruzou as ilhas a 150 quilómetros hora, trazendo chuvas torrenciais, arrancando árvores e destruindo estruturas de madeira.

Alcançou o mar da China Meridional no sábado e seguiu em direção ao Vietname.

Rai é um tufão particularmente tardio na temporada. A maioria dos ciclones tropicais no Oceano Pacífico forma-se entre julho e outubro.

Os cientistas há muito alertam que os tufões estão a ficar cada vez mais fortes à medida que o aquecimento global causado pelo homem acelera.

As Filipinas, classificadas entre os países mais expostos às mudanças climáticas, são varridas por quase 20 tempestades tropicais ou tufões a cada ano que normalmente destroem plantações, casas e infraestrutura em regiões já pobres.