A editora Penguin Random House revelou ontem que Joan Didion, escritora e jornalista, morreu esta quinta-feira na sua casa, em Manhattan, aos 87 anos. Segundo a editora, Didion, «uma das autoras mais incisivas do país», morreu de complicações decorrentes da doença de Parkinson.
De acordo com o jornal americano The New York Times, que recebeu a notícia ‘em primeira mão’, através de um e-mail endereçado por Paul Bogaards, executivo da editora da jornalista, Didion, foi uma das “mais distintivas vozes da literatura norte-americana, conhecida pelos ensaios e reportagens sobre a cultura e política dos Estados Unidos, em particular a partir dos anos 1960”. E, por isso, alguém que tenha nutrido um interesse, mesmo que vago, pelo que de melhor se viu nas últimas décadas quando o jornalismo era elevado a uma arte, dificilmente terá deixado de sentir o apelo inquietante da escrita de Joan.
Celebrada como a escritora por excelência no reino magazinesco – que, nos EUA, pela proliferação e diversidade dessas publicações, assumiu um prestígio sem paralelo noutros países, e que passou grandemente ignorado em Portugal –, o que a distingue e torna a sua escrita tão memorável “é a sua capacidade de se conceder desvios como quem atalha caminho”, escrevia o Nascer do Sol em 2017, a propósito da reedição do seu mais aclamado livro “O Ano do Pensamento Mágico”, publicado pela primeira vez em 2005.
A jornalista nasceu a 5 de Dezembro de 1934 em Sacramento, formou-se na Universidade da Califórnia em Berkeley e licenciou-se em Inglês em 1965.
Ao todo escreveu cinco obras de ficção, 11 de não-ficção, cinco argumentos para filmes e uma peça de teatro.
O seu projeto mais recente foi um documentário para a Netflix, em 2018, apelidado Joan Didion: The Centre Will Not Hold, realizado pelo seu sobrinho, Griffin Dunne.
"O Ano do Pensamento Mágico", foi finalista do Prémio Pulitzer e valeu-lhe o National Book Award em 2005.
O livro foi adaptado ao teatro e a peça estreou na Broadway em 2007. Em Portugal foi encenada no palco do Teatro Nacional D. Maria II, numa peça protagonizada por Eunice Muñoz.