Graça Freitas pede aos portugueses para “utilizar criteriosamente” a Linha SNS24 e os serviços de saúde

A diretora-geral da Saúde recomendou aos contactos de baixo risco para terem calma, reforçarem os cuidados sanitários e só telefonarem para a Linha SNS24 se tiverem sintomas. 

Graça Freitas pede aos portugueses para “utilizar criteriosamente” a Linha SNS24 e os serviços de saúde

Notícia atualizada às 21h23

Com o aumento exponencial da procura da Linha SNS24 e dos serviços de saúde devido ao grande número de contágios pela covid-19, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, pediu, esta quinta-feira, à população para "utilizar criteriosamente" os serviços de saúde, indicando aos contactos de baixo risco para terem calma, reforçarem os cuidados sanitários e só telefonarem para a Linha SNS24 se tiverem sintomas. 

Para as pessoas que tiverem um contacto de baixo risco com uma pessoa infetada com covid-19, Graça Freitas recomendou que "limitem ainda mais o número de contactos", o uso de máscara e o distanciamento físico. 

"Já aprendemos muito com esta pandemia, com este vírus e as suas diferentes variantes e também vamos aprender com este. E uma das coisas que eu acho que devemos todos aprender e que eu faço aqui um apelo é que as pessoas que são contactos de baixo risco, que não vivem com a pessoa infetada, que tenham só cuidados mais nada", afirmou a diretora em resposta à agência Lusa sobre o aumento da procura da Linha SNS24 e dos serviços de saúde.

Por isso, "reforcem os seus cuidados e verifiquem se vão evoluir para sintomas ou não, mas façam a sua vida normal, não precisam de telefonar para a Linha, não precisam de ficar muito ansiosas", explicou Graça Freitas, acrescentando que os sintomas são um "bom sinal" de alerta quando se está infetado, e se a pessoa não está sintomática é um sinal de evolução positiva da doença.

Quanto aos contactos de alto risco, que requer isolamento profilático, a diretora-geral da Saúde aconselhou as pessoas a se automonitorizarem, e alimentarem-se convenientemente e hidratarem-se.

"São os cuidados habituais que temos como uma gripe de forma a que não sobrecarreguemos os serviços de saúde que no Inverno, não só por este vírus, mas por todas as outras circunstâncias do inverno, estão sobrecarregados", vincou, ao reforçar uma utilização criteriosa dos "serviços de saúde, seja a Linha SNS24, sejam as urgências, seja o que for".

"As próprias pessoas deverão fazer uma autoavaliação da sua condição e ingerir essa condição se ela não for grave, se não apresentar sintomas, é um bom sinal", observou, pedindo para gerirem esta situação como gerem outras doenças da sua vida.

No que diz respeito aos sintomas a que as pessoas devem estar alerta, Graça Freitas apontou que "são mais parecidos com os de uma constipação vulgar", como dores de garganta, espirros, pingo no nariz, resultado da nova variante Omicron e também devido à quantidade populacional que está imunizada contra a covid-19. 

Por último, a diretora referiu que a imunização natural contra a covid-19 é considerado um risco de pressão sobre os serviços de saúde e um "risco individual" porque há casos que têm "um desfecho menos favorável".

Com o aumento de infeções e também com a confirmação de que a variante Omicron poderá causar menos impacto no quadro clínico, os especialistas apontam a imunidade natural como uma possível estratégia de combate à pandemia. 

Interrogada pela Lusa quanto a este caminho, Graça Freitas disse que, neste momento, as autoridades irão manter a estratégia de "reforçar as medidas todas que impeçam a transmissão do vírus", nomeadamente o distanciamento físico, o uso da máscara, a higienização das mãos, bem como a vacinação, a testagem e o arejamento dos espaços.

Para a diretora, a imunização natural tem "dois riscos", sendo então o número de pessoas doentes ao mesmo tempo.

"Apesar da doença ser pouco grave, se tivermos muitas pessoas ao mesmo tempo infetadas isso vai impactar nos serviços de saúde, quer a gente queira, quer não", sublinhou Graça Freitas, acrescentando também o risco de a pessoa ter "um internamento ou um desfecho grave não é zero".

"Obviamente, há grupos mais vulneráveis que outros, mas há pessoas aparentemente saudáveis que podem também ter uma evolução negativa e infeção natural comporta esse risco", observou, ao explicar que, enquanto a vacinação é um processo de imunização controlado, "com pouquíssimas reações adversas" e que não leva ao internamento, nem à morte, a doença natural comporta esse risco.

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