Omicron já é a variante dominante em Portugal e é responsável por 82,9% dos casos

O INSA sublinha que a “análise dos diferentes indicadores revela uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 muito elevada, com tendência crescente a nível nacional, em especial na região de Lisboa e Vale do Tejo”.

Omicron já é a variante dominante em Portugal e é responsável por 82,9% dos casos

A variante Omicron do vírus SARS-CoV-2 já é dominante em Portugal, sendo responsável por 82,9% dos casos no dia 29 de dezembro, segundo indica o relatório ‘Monitorização das linhas vermelhas para a covid-19’, divulgado, esta sexta-feira, pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

"Desde 6 de dezembro, tem-se verificado um crescimento exponencial na proporção de casos prováveis da variante Omicron, tendo atingido uma proporção estimada de 82,9% no dia 29 de dezembro", lê-se.

O documento sublinha que a "análise dos diferentes indicadores revela uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 muito elevada, com tendência crescente a nível nacional, em especial na região de Lisboa e Vale do Tejo".

Todas as regiões apresentem um índice de transmissibilidade (RT) superior a 1: Lisboa e Vale do Tejo (1,42), Norte (1,40), Açores (1,39), Alentejo (1,28), Madeira (1,26), Centro (1,18) e Algarve (1,06).

“Portugal apresenta a taxa de notificação acumulada de 14 dias superior a 960 por 100 mil habitantes e um Rt superior 1, ou seja, taxa de notificação muito elevada e com tendência crescente”, refere o relatório. De sublinhar que este valor é, segundo o documento, de 1.206 casos.

Nas pessoas com idade igual ou superior a 65 casos, a incidência foi de 359 casos, com "tendência fortemente crescente a nível nacional". 

De acordo com o documento, "a pressão nos serviços de saúde e o impacto na mortalidade são elevados, embora com tendência estável, revelando assimetrias regionais". 

"É provável um aumento de pressão sobre o todo o sistema de saúde e na mortalidade. A sua magnitude é ainda incerta, mas resultará do rápido aumento do número de casos e será condicionada, também, pela provável menor gravidade da infeção pela variante Ómicron, e pelo efeito protetor da vacinação, em especial da dose de reforço", lê-se.

O INSA alerta também para o facto de a “capacidade de rastreamento de contactos de casos” revelar “sinais de pressão”.

No que diz respeito ao número de internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) em Portugal continental, a análise revelou uma "tendência estável", correspondendo a 59% (na semana anterior foi de 61%) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas. 

Também a mortalidade específica por covid-19 apresenta uma "tendência estável", com 21,1 óbitos em 14 dias por milhão de habitantes. "Esta taxa de mortalidade revela um impacto elevado da pandemia na mortalidade", destaca o documento.