Todos falharam!

Continuamos a assistir a uma carnificina, a soluções precárias, a utilizações indevidas deste flagelo para propaganda barata em nome de campas no cemitério! 

Por Francisca De Magalhães Barros 
Pintora

Este ano acaba em tragédia: evitável? Sim! Existiam falta de meios? Não. Preconceito e falta de empenho em terminar com este flagelo? Sem dúvida! Uma mãe e o seu filho, foram brutalmente assassinados na Madeira, depois da urgência da apreciação dos casos ficar para trás! E tão para trás! A vitima era agredida há 20 anos, tinha feito queixa, dia 7 de dezembro, e já tinha pedido quatro vezes proteção e proteção policial! No entanto, a mesma não chegou, fazendo com que mãe e filho fossem assassinados através de uma arma branca e tenham sido enterrados, numa terra sangrenta e culpada no passado dia 28 de dezembro. 

«Recorde-se que, em novembro, o ainda ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, referiu que o crime de violência doméstica é o mais reportado em Portugal.»

Recorde-se ainda que a «Polícia de Segurança Pública (PSP) reportou mais de 215 mil casos de violência doméstica desde que este crime passou a ser público, há 20 anos, e nos primeiros 10 meses do ano registou mais de 11.400 denúncias.»

No entanto, nada disso parece preocupar os juízes portugueses e o ano de 2021 acaba de forma apocalíptica. Nada do que se promete é cumprido e anúncios com as mensagens erradas são passados na televisão. Continuamos a assistir a uma carnificina, a soluções precárias, a utilizações indevidas deste flagelo para propaganda barata em nome de campas no cemitério! Todos falharam! Ninguém é responsável! Podem por isso continuar a falhar, neste país, que não é para mulheres ou crianças, onde a predominância é masculina. Não te rendas! Não pares! Grita! Procura pelos teus direitos! Fica a conhecê-los! Protege os teus filhos! Ao contrário do que algumas mulheres dizem eles não são ‘pais’ nem ‘maridos’, mas ‘progenitores e assassinos ou agressores’. Enquanto uma mulher der esta notícia dizendo que um ‘pai’ e ‘marido’ matou a mulher e o filho, estamos mal. Parece um acidente. Tal como os juízes, não todos, mas a maioria, «afinal era só uma guerra de casal», que acabou em sacrifício humano sempre do mesmo lado da moeda, das mulheres e dos filhos!