A volta da esquerda católica

Por Aristóteles Drummond Depois de João Paulo II e Bento XVI, a ala esquerdista da Igreja ficou encolhida, embora continuasse a dominar a Conferência dos Bispos do Brasil. Agora, com o Papa Francisco, mais liberal, vem assumindo posições mais ostensivas no cenário nacional. O Padre Júlio Lancellotti, que comanda uma paroquia na cidade de São Paulo,…

Por Aristóteles Drummond

Depois de João Paulo II e Bento XVI, a ala esquerdista da Igreja ficou encolhida, embora continuasse a dominar a Conferência dos Bispos do Brasil. Agora, com o Papa Francisco, mais liberal, vem assumindo posições mais ostensivas no cenário nacional.

O Padre Júlio Lancellotti, que comanda uma paroquia na cidade de São Paulo, é um que tem se destacado em aparições nas mídias e nas suas homilias mais políticas do que religiosas. O padre, que raramente usa o sinal visível referido no Código Canónico, mantém relações de intimidade com o ex-presidente Lula e os petistas.

Seu mais recente discurso, que vem orientando seus seguidores nas demais dioceses do país, é a defesa da intocabilidade da chamada população de rua que ocupam calçadas e parques públicos, antes destinados ao lazer de crianças. E controle de pedintes nos pontos turísticos.

Seriam mais de 20 mil no Rio e mais de 30 mil em São Paulo. Esta situação vem gerando constrangimentos à população, pequenos delitos, constrangendo turistas no Rio. O padre é contra uma assistência do poder público a estas pessoas, fazendo o recolhimento para reintegrar à sociedade, depois de exames médicos e acolhimento em locais apropriados, com protocolos de higiene, alimentação e assistência médica. E ancorado em propostas dos deputados do bloco de esquerda, defende a retirada das grades dos imóveis que colocaram para segurança e preservar o acesso de moradores.

Este barulho inibe a ação das autoridades, intimidadas pela cobertura que a mídia costuma oferecer a estas teses.

A pesquisa do Governo junto aos turistas estrangeiros que vieram ao Rio no verão passado apontou como ponto negativo a população de rua, embora este fenómeno já esteja presente em Nova York e na Europa em geral, mas nunca nestas proporções. O Padre fala sobre o que não conhece.

VARIEDADES 

• Os milhões da compra do Cruzeiro, de Minas, são de fundos. Ronaldo fenómeno faz parte, mas não é o dono.

• Finalmente o Banco Central alterou a legislação sobre moeda estrangeira no país. Agora, para entrar ou sair do país, a importância a ser declarada passa a serem dez mil dólares e não dez mil reais. Também empresas poderão manter conta em outras moedas no Brasil e particulares. Embora não tenha sido a mudança ideal, com menos controles, foi um avanço. Atualmente a praça bancária mais aberta na América do Sul é a de Montevideo. 

• A Companhia das Letras vai reeditar a obra de Carolina de Jesus, sucesso nos anos 1960, quando escreveu o livro narrando a vida de uma favelada em São Paulo. Abriu o caminho para escritores das favelas brasileiras. No tempo em que não havia a patrulha ideológica, em entrevista a um jornal, disse em quem iria votar na eleição: Adhemar de Barros. Perguntada se ele havia feito alguma coisa por ela, respondeu que sim. E disse: o Hospital das Clínicas. Aliás, até hoje o maior do Brasil no setor público.

• Afinal, covid, influenza, inflação e desemprego não prejudicaram tanto as vendas do comércio neste Natal. Positivo para a economia, mas preocupante em relação à propagação do vírus e bactérias pelas aglomerações nas ruas e shoppings. É o Brasil.

• A edição brasileira do diário espanhol El País, deixou de circular.

• Criticado duramente pelo Ministro Paulo Guedes, o FMI decidiu fechar seu escritório no Brasil.

• O réveillon vai manter os fogos nas cidades turísticas, como o Rio, Olinda, Buzios e Cabo Frio. Mas evitando aglomerações, os pontos são muitos em cada cidade. 

• O Hotel Ipanema Praia fechou e vai ser transformado em habitação. O preço do metro quadrado estimado para venda será cerca de vinte mil euros.

• O cantor Fábio Jr. voltou a atividades, iniciando pelo Rio uma série de apresentações. 

• Brasil fecha o décimo ano com déficit e sem crescimento. Nos anos do chamado ‘milagre brasileiro’, governo do General Medici, o crescimento médio em três anos foi de dez por cento.