Plano da comissão para estudo de abusos sexuais na Igreja será conhecido na segunda-feira

O pedopsiquiatra Pedro Strecht apelou às vítimas para que falem sobre os abusos que sofreram, vincando a “utilidade” da partilha desses casos para evitar repetições futuras.

A Comissão Independente para o Estudo de Abusos Sexuais na Igreja Católica em Portugal irá apresentar, na segunda-feira, o seu plano de trabalho para este ano, em conferência de imprensa marcada para o final da tarde na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

O pedopsiquiatra Pedro Strecht, que lidera a comissão, aproveitará também apresentar a restante equipa, da qual faz parte o psiquiatra Daniel Sampaio, o antigo ministro da Justiça Álvaro Laborinho Lúcio, a socióloga e investigadora Ana Nunes de Almeida, a assistente social e terapeuta familiar Filipa Tavares e a cineasta Catarina Vasconcelos.

Na sua apresentação como coordenador da comissão, no início de dezembro, Pedro Strecht apelou às vítimas para que denunciem os abusos que sofreram, frisando que a partilha desses casos é útil para evitar repetições futuras, sem deixar de assegurar o “absoluto respeito e sigilo”, bem como o anonimato das vítimas.

O pedopsiquiatra adiantou, no entanto, que a equipa não vai fazer investigação de natureza criminal, realçando porém a vontade da Igreja de saber a verdade.

De acordo com Pedro Strecht, cita a Lusa, o trabalho desta comissão independente vai decorrer ao longo de 2022, num espaço físico “descaracterizado” e “autónomo” da Igreja.

Está prevista a apresentação de um relatório no final do ano e o financiamento dos trabalhos será garantido pela Comissão Episcopal Portuguesa (CEP). No entanto, a comissão está aberta a eventuais contribuições de outras instituições.