Chuva do deserto fecha Pavilhão de Portugal

Uma tempestade no Dubai obrigou parte do pavilhão de Portugal na Expo 2020 a fechar temporariamente, por danos no sistema elétrico da exposição. Investimento global foi de 21 milhões de euros e só o pavilhão custou 5,4 milhões. 

Parece impossível, mas é verdade. Uma tempestade – com direito a trovoada – causou estragos no pavilhão de Portugal na Expo 2020, no Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e obrigou ao fecho temporário da experiência expositiva, bem como do restaurante nele instalado – da responsabilidade do chef Chakall. 

«As condições meteorológicas extraordinárias dos últimos dias no Dubai afetaram o sistema elétrico da experiência expositiva, predominantemente digital, e do restaurante, obrigando a um encerramento temporário destas áreas para garantir o funcionamento em segurança do sistema elétrico, bem como a segurança dos visitantes e clientes», explicou a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), responsável pela presença portuguesa na Expo mundial, ao Nascer do SOL.

O fecho deu-se no primeiro dia do ano e a experiência expositiva acabou por reabrir na manhã de quinta-feira, depois de terem sido realizadas obras de reparação dos danos, bem como para «garantia da segurança dos visitantes e clientes». O Nascer do SOL questionou a AICEP sobre os custos destas obras de reparação, mas não obteve qualquer resposta.

Mais, a AICEP referiu que «o Centro Nacional de Meteorologia dos Emirados Árabes Unidos registou chuvas fortes, trovoada e granizo, numa intempérie que, infelizmente, também afetou Pavilhões de outros países na Expo 2020 Dubai, com quem nos solidarizamos». Referia-se, por exemplo, aos pavilhões da Alemanha, da Bélgica e da Itália, que tiveram também de fechar portas temporariamente devido à tempestade. Ainda assim, é importante recordar que existem na zona da Expo mundial, na capital dos Emirados Árabes Unidos, quase 200 pavilhões.

O Nascer do SOL falou com um português residente no Dubai, que preferiu manter o anonimato, e uma coisa ficou clara: a chuva, realmente, é rara nesta cidade: «Desde que cá estou [há 2 anos], choveu quatro ou cinco vezes no total. Como não chove quase nunca, os sistemas de desaguamento ficam tapados com a areia, e depois não filtram nada, por isso é normal que tenha havido estragos».

Investimento nas exportações

Com o objetivo de promover Portugal no exterior, o Governo português fez um investimento global de 21 milhões de euros nesta presença portuguesa no Dubai, a primeira em mais de 10 anos, depois de o país ter estado representado na Expo mundial de Xangai, em 2010.

Desses 21 milhões, 5,4 foram gastos na estrutura do pavilhão português, com 1.800 metros quadrados, e que inclui uma experiência expositiva imersiva, só ela com uma etiqueta de preço de 2 milhões de euros – à parte dos 5,4 que custou a estrutura do pavilhão. A restante fatia do orçamento (ou seja, para além do custo da estrutura do pavilhão) foi distribuída por «todos os outros custos associados, desde a programação a custos operacionais», conforme explicou a AICEP.

A Expo 2020 – que teve de ser adiada devido à pandemia da covid-19 – abriu portas a 1 de outubro de 2021, e manter-se-á aberta até 31 de março de 2022, totalizando quase 200 dias de exposição.