Covid-19. O que muda a partir desta semana?

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde anunciou que, até ontem, foram vacinadas 280 mil crianças. Apesar do aumento de casos face ao domingo passado, numa semana que será marcada pelo regresso às aulas, entrarão em vigor novas regras relativas à pandemia da covid-19 e começará o autoagendamento de maiores de 45.

A semana que será marcada pelo regresso às aulas, começa com o duplicar dos casos de covid-19. De acordo com o boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado ontem, foram confirmados mais 26.419 novos casos, ou seja, mais do dobro comparativamente há última semana. Além disso, os internamentos continuam a aumentar, apesar de haver menos três doentes em cuidados intensivos. Posto isto, o país soma atualmente um total acumulado de 1.639.846 de infeções e 19 113 óbitos associados à covid-19.

Tendencialmente os domingos são marcados por uma redução acentuada do número de casos devido a questões de testagem e, ontem não foi exceção. O número divulgado -26 419 – é substancialmente mais baixo do que o número reportado no sábado passado, dia 8 de janeiro, com 35.643 novos casos. Contudo, é mais do dobro comparativamente aos números do boletim divulgado pela DGS no passado domingo, no segundo dia do ano, com 11.080 novos casos.

O número de casos ativos é, agora, de 273.961 casos, mais 15.639 do que no dia anterior, e as autoridades de saúde têm 224.673 contactos sob vigilância. Além disso, também o número de doentes internados com covid-19 nos hospitais portugueses subiu para 1449, mais 61 em relação a sábado. Relativamente aos cuidados intensivos, estes albergam, neste momento, 150 doentes.

280 mil crianças vacinadas Em paralelo com a disponibilização do boletim da DGS, ontem, o Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, estimava atingir a marca das 280 mil crianças vacinadas. “Podemos fechar o dia muito perto dos 45% de vacinados nesta faixa dos 5 aos 11 anos”, revelou depois de ter visitado um centro de vacinação nas Caldas da Rainha, aludindo aos “30 mil agendamentos” registados no domingo. De acordo com o mesmo, estes números permitiram reunir “todas as condições” para, hoje, se “começar o ano letivo com segurança”, atendendo à antecipação que foi feita da vacinação, quer das crianças quer “dos docentes e não docentes”. António Lacerda Sales refutou ainda ter havido “atraso” na aplicação da vacina, revelando estar “perfeitamente seguro e convicto de que este tempo é o tempo necessário para começar o ano letivo em segurança”. O secretário de Estado Adjunto lembrou que haverá a possibilidade de continuar, entre os dias 5 de fevereiro e 13 de março, “a vacinar segundas doses e primeiras doses de crianças que não foram vacinadas durante esta fase” e adiantou que “garantidamente o mais brevemente possível os professores de ensino superior também serão vacinados”.

Vacinação para maiores de 45 Além da vacinação das crianças, o responsável, elucidou sobre o autoagendamento para dose de reforço alargado aos maiores de 45 anos, que tal como as aulas, começará esta semana. O secretário sublinhou que o processo de vacinação está em regime de “Casa Aberta” para as doses de reforço de pessoas com mais de 60 anos e para as pessoas com mais de 40 anos que se queiram vacinar com a vacina da Janssen. António Lacerda Sales, mostrou-se satisfeito pela elevada taxa de vacinação com dose de reforço nas faixas etárias acima dos 80 anos, acima dos 84%, e também dos maiores de 65 anos, acima dos 77%. “Mais uma vez, agradecer ao povo português a enorme adesão que tem a este processo de vacinação e a enorme responsabilidade cívica”, acrescentou, reforçando a vacinação de crianças.

O que muda a partir desta semana? Na passada quinta-feira, 6 de janeiro, o Conselho de Ministros decidiu rever e alterar as medidas de contenção da pandemia, e apresentou novas regras. Face à evolução da Covid-19 em Portugal, “em que se regista uma maior transmissibilidade da doença sem que isso corresponda a uma maior pressão sobre os serviços e internamentos do SNS”, o Governo optou por: manter a reabertura das escolas para hoje; prolongar o teletrabalho obrigatório mais uma semana, até dia 14 de janeiro; no mesmo dia, retomar a atividade de bares e discotecas, com a obrigatoriedade de apresentar um teste negativo à covid-19 à entrada; manter os limites relativos à ocupação dos estabelecimentos comerciais – ocupação máxima indicativa de uma pessoa por cada cinco metros quadrados (m2) de área – e permitir, a partir de hoje, que os espaços comerciais procedam “às práticas promocionais e saldos” que tinham sido anteriormente adiados. O certificado digital continua a ser obrigatório para acesso a restaurantes, estabelecimentos turísticos e alojamento local, espetáculos culturais, eventos com lugares marcados e ginásios.