A avalanche de agressões que assola as escolas!

A diferença passa por escolhermos um partido mais representativo das nossas ideias, mesmo que muitas delas, sejamos nós que tenhamos que levá-las até à Assembleia

Não é algo novo. Não é novidade. Mas é tremendo e terrível. E o pior que tudo é a apatia gerada pelas comunidades escolares que fogem do tema como se fosse uma praga, negam-na, exorcizam-na e jamais ousam dizê-la em voz alta. No entanto, a verdade é que crianças cada vez mais novas têm ido parar aos hospitais, mães andam em círculos à procura de respostas, completamente desesperadas, que nunca parecem chegar e os seus filhos passam a conviver com monstros dentro dos armários de noite e fora deles, nos recintos escolares. 

Pela perspetiva da criança que não quer ser agredida, obviamente, que se junta aos agressores ou ‘bullies’. As punições são fracas, o tema ainda é tabu, e as crianças são menores. Então como é que vamos resolver este bicho papão, que tal como a violência doméstica, se centra num dos pilares fundamentais da segurança de quem amamos? A casa e a escola.

Vamos continuar a ignorar, a monstruosidade dos actos, que ao serem filmados, são chamados de coniventes, mas com a falta de provas são desacreditados? Tenho ajudado várias mães a percorrer um caminho com os seus filhos que ninguém quer percorrer. Os seus próprios filhos são soldados feridos numa batalha que não se alistaram para combater. Os traumas são enormes mas a recusa das escolas em aceitar, ou em torná-los de novo alvos, faz com que não consigam continuar a frequentar as mesmas. A verdade é que isto é algo grave que foi sempre abafado, desvalorizado e ignorado.

Até agora! 

Estamos a viver, outro grave problema que fratura a vida de dezenas de famílias e mais uma vez, este tema não está em cima da mesa de nenhum partido político. As crianças não votam, mas nós cidadãos e cidadãs votamos. Não contamos então que protejam enquanto mulheres e mães ou pais os direitos dos nossos filhos? No entanto, nem assunto é. Mais vale andar a gastar cartuchos, a desarmar lugares na Assembleia e em quem os vai apanhar do que estar realmente preocupado com os problemas da sociedade. E depois dizem-me, vota diferente. Mas em quem, penso eu? Nenhum partido mete estes assuntos de extrema relevância e gravidade em cima da mesa. 

Ao invés de por exemplo termos um candidato que ainda goza com o assunto, ‘queixando-se de bullying político’ deveria falar do verdadeiro terror do bullying escolar! Aos partidos não convém a abstenção, a mim não me convém as injustiças e jamais vai dar para medir os dois na mesma balança! Eu claramente não me abstenho, porque acredito que a diferença passa também por escolhermos um partido mais representativo das nossas ideias, mesmo que muitas delas e muitas vezes sejamos nós que tenhamos que levá-las até ao Parlamento e não o contrário!