Debates de TV

E afinal todos parecem ter gostado agora mais deste estilo brando. Eleitores, mas também finalmente os jornalistas.

Estava-se à espera do debate eleitoral nas TVs entre Costa e Rio, por se tratar dos 2 líderes realmente candidatos a primeiro-ministro e principal dirigente de oposição. Já se sabe que estes debates são de importância relativa, e que só os de Kennedy e Nixon, em 1960, e mais tarde o de Mitterrand e Giscard, já em 81, terão sido decisivos.

Ainda assim, talvez para o aguçar do apetite público, a imprensa apresentava este debate como um combate de boxe, que podia nesse aspecto ser decisivo.

E daí alguma desilusão posterior. Um comentador admitia mesmo que tivesse havido entendimento entre ambos, para os respectivos ataques não passarem as marcas.

Já antes de começar o debate, Rio afirmara não estar ali para uma luta de boxe, mas para debater ideias. Apesar de inicialmente ter feito uns ataques mais mortíferos, que adiante não se repetiriam.

E afinal foi o que se fez: debateram-se ideias e programas, e os eleitores puderam ficar mais esclarecidos. Não quer dizer que outros, talvez por não terem nada para dizer nestas legislativas, não tivessem entrado em verdadeiros combates pessoais. São os casos mais evidentes, por exemplo, dos dirigentes máximos do Chega, do CDS, da IL e do BE. Esta é só a minha humilde opinião.

E afinal todos parecem ter gostado agora mais deste estilo brando. Eleitores, mas também finalmente os jornalistas.

De quem tenho tido uma visão surpreendentemente positiva, apesar de nem sempre concordar com ele, é do líder do Livre. Mas não foi uma surpresa assim tão grande, pois estou habituado a lê-lo no Público, onde honra especialmente a última página.