Os 10 homens mais ricos do mundo tornaram-se ainda mais ricos durante a pandemia

A pandemia da covid-19 acabou por tornar os homens mais ricos do mundo, ainda mais ricos. Em paralelo, alerta a organização Oxfam, também levou a que mais pessoas vivessem na pobreza.

Segundo a organização humanitária britânica Oxfam (Oxford Committee for Famine Relief) a redução de rendimentos para os mais pobres do mundo “contribuiu para a morte de 21 mil pessoas por dia”. Ao mesmo tempo, os dez homens mais ricos do mundo viram as suas fortunas “mais do que duplicar desde março de 2020”, quando foi declarada a pandemia de covid-19. 

A Oxfam é uma confederação que estuda e tenta solucionar problemas como a pobreza, a desigualdade e a injustiça. Para a elaboração do relatório “A desigualdade Mata” foram utilizados os dados da lista de bilionários de 2021 da Forbes.

"Este ano, o que está a acontecer está fora da escala", alertou em entrevista à BBC, Danny Sriskandarajah, diretor da Oxfam no Reino Unido. "Tem havido um novo bilionário quase todos os dias durante esta pandemia, enquanto 99% da população mundial está em pior situação por causa dos confinamentos, redução do comércio internacional, menos turismo internacional e, como resultado disso, mais 160 milhões de pessoas foram empurradas para a pobreza", elucidou, acrescentando que “algo está profundamente viciado no nosso sistema económico". 

A Oxfam recorreu aos números da revista "Forbes" de modo a identificar o nome dos dez homens mais ricos do mundo. São eles: Elon Musk (Tesla, SpaceX), Jeff Bezos (Amazon, Blue Origin), Bernard Arnault e família (grupo LVMH), Bill Gates (Microsoft), Larry Ellison (Oracle), Larry Page e Sergey Brin (Google), Mark Zuckerberg (Facebook), Steve Ballmer (Microsoft) e Warren Buffet (Berkshire Hathaway).

Ao todo, a riqueza destes dez homens aumentou de 700 mil milhões de dólares para 1500 mil milhões de dólares. Contudo, há uma variação significativa entre eles, com a fortuna de Elon Musk a crescer mais de 1000%, enquanto que a de Bill Gates aumentou “apenas” 30%.

Segundo o relatório, “a falta de acesso aos cuidados de saúde, a fome, a violência de género e fenómenos climáticos contribuíram para uma morte a cada quatro segundos”. Além disso, mais de 160 milhões de pessoas vivem com menos de 5,50 dólares, o equivalente a 4,81 euros, por dia. 

A Oxfam alerta ainda que a igualdade de género foi “posta em causa” – com menos 13 milhões de mulheres a trabalhar agora do que em 2019 e mais de 20 milhões de raparigas em risco de nunca mais regressarem à escola.

Sriskandarajah defende ainda que os líderes políticos “têm agora uma oportunidade histórica de apoiar estratégias económicas mais arrojadas para mudar o rumo mortífero em que estamos". Para o responsável isso deveria incluir “regimes fiscais mais progressivos, que impõem taxas mais elevadas ao capital e à riqueza, com as receitas direcionadas para "cuidados de saúde universais de qualidade e protecção social para todos".