Ordem dos Médicos questiona INEM sobre viaturas de emergência com “centenas de horas” inoperacionais

 OM indica que, no mês de dezembro, teve conhecimento de que as VMER da Guarda, Covilhã e Castelo Branco “estiveram centenas de horas inoperacionais em incumprimento da legislação em vigor”.

A Ordem dos Médicos (OM) revelou, esta quinta-feira, que teve conhecimento de relatos de situações de inoperacionalidade de Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER) e informou que questionou o INEM acerca desta situação.

“A Ordem dos Médicos tomou conhecimento do que está a acontecer nas escalas das Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER), com as situações de inoperacionalidade a crescerem e a deixarem muitos cidadãos sem acesso a uma resposta de prontidão prioritária no âmbito do suporte avançado de vida – que tem permitido salvar milhares de vidas, numa linha da frente imprescindível tanto para os doentes Covid como não Covid”, começa por referir a entidade liderada por Miguel Guimarães, em comunicado.

A título de exemplo, a OM indica que, no mês de dezembro, teve conhecimento de que as VMER da Guarda, Covilhã e Castelo Branco “estiveram centenas de horas inoperacionais em incumprimento da legislação em vigor”.

“Esta situação é mais gravosa se tivermos em consideração o aumento de população nestas regiões por ocasião do Natal e Ano Novo e as inoperacionalidades nos mesmos períodos em várias zonas, impedindo a resposta em rede ou complementar”, sublinha.

Segundo a mesma nota, o bastonário da OM, Miguel Guimarães, já questionou o presidente do Conselho Diretivo do INEM, “pedindo os mapas dos últimos seis meses das VMER de todo o país”, com o objetivo de apurar o que “conduziu ao agravamento da situação, bem como o que estão a fazer para restabelecer a normalidade”.

“A Emergência Médica Pré-Hospitalar representa uma área fulcral para o sucesso do nosso sistema de saúde e um garante de equidade e qualidade para a população de todo o território nacional. Desta forma, qualquer disrupção no funcionamento deste sistema pode ter consequências negativas e imprevisíveis na organização e resultados do Serviço Nacional de Saúde”, destaca o bastonário.

A OM recorda que a legislação prevê que todos os Serviços de Urgência Polivalente têm de ter uma VMER em gestão integrada “não podendo ser posta em causa a operacionalidade do meio VMER, nem haver atraso na sua ativação, sendo esta da exclusiva responsabilidade do CODU do INEM”, e que os Conselhos de Administração dos hospitais e das Administrações Regionais de Saúde são também responsáveis pela mobilização de recursos humanos para garantia das escalas.