Covid-19. Nova Zelândia receia mil casos diários, Reino Unido reduz restrições com 70 mil

Primeira-ministra da Nova Zelândia anunciou que irá cancelar o seu casamento.

Na Nova Zelândia, notícias de um outro casamento adiado: o da primeira-ministra neozelandesa Jacinda Ardern, que anunciou a decisão ao apertar de novo as restrições no país para tentar “desacelerar” a disseminação da Omicron. “Não sou diferente de milhares de neozelandeses que tiveram impactos muito mais devastadores por causa da pandemia, sendo a mais difícil a incapacidade de estar com alguém que se ama quando está gravemente doente. Isso ultrapassa de longe qualquer tristeza que eu possa sentir”, afirmou aos jornalistas a governante, anunciando que o país, que se preparava para aliviar as restrições ao longo deste mês, deverá mantê-las até ao final de fevereiro, incluindo o uso obrigatório de máscaras e limites a ajuntamentos.

Com 94% da população com mais de 12 anos vacinada contra a covid-19, a Nova Zelândia antecipa um aumento sem precedentes de contágios causado pela Omicron, tendo sido dos países que impôs medidas mais restritivas e que por isso e pelo controlo apertado de fronteiras nunca foi muito além dos 200 novos casos de covid-19 diagnosticados em 24 horas, contando com um total de 15 550 casos confirmados de covid-19 desde o início da pandemia e 52 mortes, uma realidade que em nada se compara com o que se viveu na Europa e Américas.

Agora, a projeção tornada pública por Ardern é que o país possa chegar aos mil casos diários, depois de ter mantido durante longos meses uma política de “zero covid-19” semelhante à imposta na China, como fez também a Áustrália, o que estava agora a abandonar. Na Austrália nunca houve também tantas infeções como na vaga que se vive desde o início do ano mas o país tenta voltar ao normal com máscaras e testes – e atrair mão de obra perante a escassez de pessoal em setores essenciais como a agricultura. O país anunciou que vai atribuir visto de residência a viajantes e estudantes que trabalhem pelo menos 88 dias em quintas, cobrindo as despesas com taxas, escreveu nos últimos dias o Finantial Times.

Com a Omicron a espalhar-se por todo o globo, um dos casos mais singulares noticiados nos últimos dias é o de Quiribati, república de três grupos de ilhas no Oceano Pacífico com pouco mais de 110 mil habitantes. Desde o início da pandemia só se tinham confrontado com duas pessoas positivas para o SARS-CoV-2 num cruzeiro e agora o Governo determinou pela primeira vez um confinamento depois de terem sido reabertas as fronteiras e de num único voo proveniente das ilhas Fiji terem chegado ao país 36 infetados, dois terços dos passageiros a bordo.

Numa abordagem diametralmente oposta segue agora o Reino Unido, onde a partir da próxima quinta-feira deixa de ser obrigatório o uso de máscaras em espaços públicos e cessa a recomendação de teletrabalho, com a epidemia na casa dos 70 mil diagnósticos diários. “Devemos aprender a viver com a covid-19 da mesma forma que vivemos com a gripe”, disse o ministro da Saúde Sajid Javid, salientando que isto poderá não ser ainda a “meta” da pandemia porque o vírus e futuras variantes não podem ser erradicadas. Mantêm-se orientações para que se lave mãos, ventile salas e que pessoas positivas façam auto isolamento, mas o país já tinha suspendido há duas semanas o teste PCR para pessoas assintomáticas que tenham um teste rápido positivo. No Reino Unido, o número de diagnósticos notificados atingiu o pico na primeira semana de janeiro. Uma constatação das autoridades é que atualmente 11% dos casos são reinfeções, com relatos de pessoas que se infetaram em dezembro e já em janeiro, descreveu o The Guardian.