João Rendeiro rejeita cela exclusiva para manter contacto com detidos moçambicanos

A sugestão do magistrado sul-africano foi feita depois das queixas que a defesa apresentou sobre os problemas de saúde do ex-banqueiro, na semana passada. 

João Rendeiro rejeita cela exclusiva para manter contacto com detidos moçambicanos

João Rendeiro, ex-presidente do Banco Privado Português (BPP), rejeitou, esta quinta-feira, uma oferta do tribunal da África do Sul para ter uma cela sozinho na prisão de Westville, porque está detido com outros presos de nacionalidade moçambicana, que falam língua portuguesa, explicou a advogada June Marks. 

"O magistrado ofereceu-lhe uma cela isolada", diferente de confinamento solitário, "perto da enfermaria, mas ele não quer ficar isolado", afirmou June Marks, ao indicar que a sugestão foi feita depois das queixas que a defesa apresentou sobre os problemas de saúde do ex-banqueiro, na semana passada. 

June Marks já tinha avançado à agência Lusa que Rendeiro, 69 anos, tem problemas cardíacos e o médico da prisão exprimiu preocupações sobre sua exposição à tuberculose, prevalente na prisão. Na altura dessas declarações, João Rendeiro teve febre e passou pelo hospital da prisão para receber cuidados médicos. De notar ainda que na última semana, o português entrou na sala de audiência a tossir. 

Ainda assim, Rendeiro prefere manter-se na cela onde agora vive por motivos de convivência. "João está bem, hoje. Ele parece estar a curar-se e parece estar muito melhor. Passei muito tempo com ele hoje", detalhou a advogada sul-africana. 

"Ele está com outros prisioneiros de língua portuguesa, de Moçambique, então ele detestaria ficar em isolamento", sublinhou June Marks, que ainda frisou que Rendeiro nem deveria estar preso, de acordo com a lei europeia.

"Há uma nota explicativa na Convenção de Extradição da União Europeia (UE) que diz que não se pode colocar um idoso ou uma grávida na prisão e o João tem quase 70 anos", vincou, ao afirmar que irá apresentar um segundo pedido de libertação sob caução em fevereiro, além de recorrer junto do Tribunal Superior de Durban da recusa do tribunal de Verulam ao seu primeiro pedido.

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