Rui Tavares. “Os portugueses querem ter várias vozes representadas no Parlamento”

O líder do Livre acredita num regresso ao Parlamento, defendendo “convergência” à esquerda para travar “o risco de ter uma maioria de direita”. Foi um dos responsáveis por ter posto em cima da mesa o tema do Rendimento Básico Incondicional.

O candidato do livre acredita na possível reentrada no Parlamento, pelo menos, tendo em conta o que as sondagens indicam. No entanto, reconhece que para o Livre “meio ponto a mais ou meio ponto a menos faz uma diferença muito maior” face a outros partidos maiores e que poderá fazer a diferença entre eleger um grupo parlamentar ou não eleger qualquer deputado, tal como aconteceu em 2015.

“Pode haver sondagens que nos dão como eleitos e depois no dia das eleições, isso não se verificar. A maneira de evitar que isso aconteça é que todos que querem votar no Livre votem no partido e não se deixem de levar à ultima da hora”, disse em entrevista ao i.

Rui Tavares é defensor de uma maioria à esquerda, que seja plural, pois acredita que só assim é possível afastar uma maioria de direita.

E não tem dúvidas: “Os nossos concidadãos querem é ter várias vozes representadas no Parlamento, umas com as quais concordam mais, outras com as quais concordam menos, mas que saibam trabalham em conjunto. Esse sentido de responsabilidade e essa visão do futuro faltou nesta legislatura, infelizmente”.

O candidato reconhece que a sua visão da política é pluralista e, como tal, diz que “faz falta haver vários partidos”, acrescentando que “ainda bem que o discurso de maioria absoluta parece ter ficado para trás porque nitidamente as pessoas reagiram muito mal a uma tentativa de imposição de uma maioria absoluta”.

O líder do Livre foi o responsável por colocar em cima da mesa temas, como o projeto-piloto do Rendimento Básico Incondicional (RBI) e, apesar de admitir que houve uma tentativa por parte dos outros partidos em caricaturar a medida, reconhece que serviu para discutir o tema.

Rui Tavares prefere falar do futuro e o que defende para o país, mas acabou por reconhecer que a saída de Joacine Katar Moreira do partido, deixando o Livre de ter representação parlamentar, acabou por comprometer os planos que tinha nesta última legislatura.

“Certamente afetou, certamente que teve consequências, certamente nos levou a não desempenhar a função na última legislatura que queríamos ter desempenhado, mas também é verdade que neste período eleitoral não sentimos que as pessoas façam diferença por causa da perda da representação parlamentar. O que nos falam principalmente é do valor acrescentado que trouxemos ao debate nas últimas semanas e é por isso que dizemos que se votarem no Livre terão esse valor acrescentado durante a próxima legislatura”, disse na mesma entrevista.

Leia a entrevista na íntegra aqui.