“Os portugueses mostraram um cartão vermelho a qualquer crise política”, declara Costa

Costa classifica vitória do PS como a “vitória da humildade, confiança e estabilidade”.

“Os portugueses mostraram um cartão vermelho a qualquer crise política”, declara Costa

Confiante em obter a sua primeira maioria absoluta, com 112 dos 116 deputados socialistas que precisa já eleitos, António Costa dirigiu-se a um salão repleto dos seus apoiantes em êxtase, no hotel Altis. Livre de ter de negociar à esquerda, ou de um eventual acordo com o PSD, prometeu um Governo “mais enxuto”, uma “task force para o sucesso”. Ainda assim, o primeiro-ministro assegurou que “em democracia ninguém governa sozinho”. Prometendo reuniões e “diálogo com todas as forças políticas que representam os portugueses na sua pluralidade”, numa aparente referência ao Chega. 

“Tenho de reconhecer que esta noite é muito especial para mim, seguramente para todos nós”, declarou Costa, entrando na sala emocionado, ao lado da sua mulher, Fernanda Tadeu. Uma “simpatizante tão simpatizante que quase parecia militante”. 

“Depois de seis anos de governação, dos últimos dois anos sem precedentes, de combate à pandemia, é com muita emoção que assumo a responsabilidade que os portugueses me confiaram”, continuou o primeiro-ministro. Qualificando a vitória do PS como a “vitória da humildade, confiança e estabilidade”.

Pelo meio, Costa ainda deixou um agradecimento ao presidente do PS, Carlos César, que não pôde estar presente por motivos de saúde. Bem como à imprensa, salientando que “a forma como organizou os debates foi decisiva para a mobilização e esclarecimento do eleitorado”, considerou, apesar das duras críticas que têm sido feito ao formato e duração dos debates televisivos. 

Para o primeiro-ministro, o motivo de finalmente obter a maioria absoluta que sempre desejou é muito claro. “Os portugueses mostraram um cartão vermelho a qualquer crise política”, declarou. Satisfeito que as suas manobras, o chumbo do orçamento de Estado e a queda do Governo, em dezembro, tenham conduzido a este resultado. 

“Os portugueses confirmaram hoje de modo inequívoco o que já disseram há dois anos. Desejam um governo do PS nos próximos quatro anos”, sumarizou Costa, gabando-se que “nunca houve um período em que a relação entre Governo, Presidente e Assembleia da República fosse tão pacífico e construtivo”. Prometendo “conciliar os portugueses com a ideia de que as maiores absolutas são boas para a estabilidade e boas para a democracia”.