Vencedores e vencidos

O PS pintou de cor de rosa o mapa de Portugal, vencendo em todos os círculos eleitorais com exceção da Madeira. É a 4.ª maioria absoluta da história da democracia. Ao fim de seis anos no Governo, é obra!

António Costa

Foi o vencedor absoluto das eleições legislativas de ontem. Escolheu o momento para a ida às urnas, ainda em pandemia e antes que o desgaste galopante do seu segundo Governo o obrigasse a pôr os papéis para a reforma. E acertou em cheio. À custa dos seus parceiros de geringonça, PCP e BE. Ganhou em todos os distritos!

André Ventura

O Chega confirma-se como terceira força política nacional, conseguindo um dos principais objetivos assumidos por André Ventura. E ganhou ao BE não apenas em termos nacionais como se impôs logo atrás do PS e do PSD em praticamente todos os distritos do território (excepto no Alentejo), do norte ao Algarve, do litoral ao interior e ainda nas ilhas.

João Cotrim Figueiredo

O IL deixou o BE, a CDU, o CDS e o PAN para trás e passou a ser a quarta força política nacional. Ainda que muito longe da implantação nacional do partido de André Ventura, tem, porém, uma forte penetração no eleitorado urbano e no eleitorado jovem. João Cotrim Figueiredo e os liberais têm, por isso, boas razões para cantar vitória e acreditar no futuro do IL. 

Rui Tavares

Soube aproveitar os debates televisivos para convencer o eleitorado de que o Livre, depois da experiência falhada de Joacine Katar Moreira (que poucas semanas demorou a passar a deputada independente, ou não inscrita), deveria continuar a ter representação parlamentar – menos radical e menos extremista.

Rui Rio

Se a maioria absoluta de Costa significa a saída de Rio da liderança do PSD, as eleições de ontem foram arrasadoras para a extrema esquerda (BE e PCP). E também para o PAN. Mas fatais para o CDS.  

Catarina Martins

O BE tinha o objetivo assumido de ser a terceira força política nacional e acabou ultrapassado pelos dois partidos emergentes à direita: Iniciativa Liberal e Chega. O Bloco, e a esquerda radical, parece ter perdido definitivamente o ‘sex appeal’ de tempos (e eleições) passados. E José Manuel Pureza (Coimbra) e José Gusmão (Faro) não foram eleitos.

Jerónimo de Sousa

O PCP sofre uma das maiores derrotas da sua história em eleições legislativas e passa a sexta força política nacional. Com a agravante de não ter conseguido reeleger o histórico António Filipe (cujo mandato em Santarém foi ‘roubado’ pelo Chega) nem o atual líder parlamentar, João Oliveira (que viu a CDU ser ultrapassada em Évora pelo PSD). Um descalabro.

Francisco Rodrigues dos Santos

Vítima de si próprio, de querelas internas e indefinições ideológicas, e da tenaz em que se deixou enredar pelo Chega e pelo Iniciativa Liberal, o CDS não resistiu. Apesar da combatividade do seu jovem líder e das suas prestações nos debates televisivos, os centristas deixam de ter representação parlamentar.