Angariados mais de 5 mil euros para ajudar Dinis Fuzeiro, menino de três anos com paralisia cerebral

“O caso desta criança moveu-me particularmente pela dificuldade em mantermos a nossa dignidade enquanto seres humanos, particularmente, nestas condições”, explica a ativista Francisca de Magalhães Barros.

"Oi, o meu nome é Micaela Pereira. Estou a arrecadar este dinheiro porque o meu filho tem 3 anos e paralisia cerebral. Ele não fala, ele não anda, ele não segura a cabecinha. Ele necessita de materiais específicos para o seu problema. E os materiais está para cima dos 5 mil euros e não tenho como comprar as coisinhas para o meu filho. Espero que me ajudem nesta batalha. Obrigada". Foi desta forma que a mãe de Dinis Fuzeiro apelou à solidariedade dos portugueses na plataforma Go Fund Me, tentando angariar 5 mil euros para adquirir uma cadeira de rodas para o seu filho, na medida em que ainda não havia obtido qualquer resposta por parte da Segurança Social.

A ativista dos direitos humanos Francisca de Magalhães Barros juntou-se a várias personalidades conhecidas como o humorista Nuno Markl, a atriz Jessica Athayde, os humoristas e escritores António e Catarina Raminhos, o apresentador Rui Unas, as atrizes Vera Kolodzig, Margarida Vila-Nova, Melânia Gomes, Manuela Couto, Mariana Monteiro, a animadora Elsa Teixeira e a outros cidadãos para chegar ao objetivo estipulado. No espaço de oito dias, através de 195 donativos, foram já alcançados 5.072 euros para dar esperança à família de Castanheira do Ribatejo, em Vila Franca de Xira.

"O caso desta criança moveu-me particularmente pela dificuldade em mantermos a nossa dignidade enquanto seres humanos, particularmente, nestas condições", começa por explicar ao Nascer do SOL a também cronista e pintora. "Acho que quando juntamos a nossa voz a muitas podemos realmente fazer a diferença na vida das pessoas. E é isso que tem acontecido. Tenho denunciado determinados casos e os artistas têm sido incansáveis em tornar a minha voz na nossa voz perante muitas injustiças", adianta a jovem. "Só posso agradecer. Agradecer às pessoas que generosamente dão o que podem para que estas situações não se sucedam. Felizmente atingimos o objetivo. Isto é para o Dinis. Que outros como ele, como já me foi denunciado, não tenham que estar meses ou um ano à espera de uma cadeira adaptada", sublinha.

Importa referir que, segundo dados veiculados pela Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra, este "grupo de desordens no desenvolvimento do controlo motor e da postura" que surge "como resultado de uma lesão não progressiva aquando do desenvolvimento do sistema nervoso central" afeta 2 em cada 1.000 indivíduos. "Muitas crianças têm, também, outras alterações que resultam de lesão cerebral, as quais incluem, por exemplo, problemas de cognição, comunicação, percepção, atenção, concentração e/ou epilepsia", lê-se no site oficial da instituição anteriormente referida.

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