“O CDS está ferido, mas não de morte”. Nuno Melo anuncia candidatura à liderança

No que depender do democrata-cristão, “o CDS não acaba por aqui”, ao considerar o resultado nas eleições legislativas “trágico”, no entanto, “não pode ser encarado como o fim do partido”. Nuno Melo apelou ao regresso de ex-militantes, que concederam o seu voto a outras forças políticas, e ao apoio dos atuais filiados. 

“O CDS está ferido, mas não de morte”. Nuno Melo anuncia candidatura à liderança

O deputado do CDS-PP, Nuno Melo, anuncia, esta terça-feira, que vai candidatar-se à liderança do partido, ao considerar a derrota histórica nas eleições legislativas de 30 de janeiro como uma "oportunidade para um recomeço" em vez do fim do partido. No que depender do democrata-cristão, "o CDS não acaba por aqui". 

"O resultado alcançado pelo CDS nas eleições legislativas foi trágico, mas não pode ser encarado como o fim do partido, antes sim, como a oportunidade para um recomeço. O CDS faz falta a Portugal", começa por dizer Nuno Melo, numa nota enviada às redações. 

O deputado realçou que o "maior património do CDS foram sempre seus quadros, os seus militantes, os seus dirigentes" e notou que mesmo aqueles que abandonaram o partido nos últimos anos, que "emprestaram o seu voto a outras opções políticas, certamente não apreciaram, nem quiseram, que o CDS perdesse a sua representação parlamentar", apelando assim pelo regresso desses ex-militantes: "Peço-lhes que voltem e nos ajudem nos desafios tao difíceis do futuro próximo".

Neste sentido, Nuno Melo também apelou aos atuais militantes "para que não baixem os braços", ao sublinhar que o CDS está "ferido, mas não de morte". "O partido está implantado a nível nacional, governa sozinho seis autarquias, muitas mais em coligação, e está presente nos governos regionais dos Açores e da Madeira", evidencia o deputado democrata-cristão. 

"Tinha advertido que o cancelamento de um congresso já agendado, com candidatos anunciados, a 24 horas da eleição de delegados, a par da suspensão do tribunal do partido, impedindo-o de dirimir conflitos, seriam erros graves que desmobilizariam o CDS e afastariam o eleitorado, por revelarem ao país o contrário do que um partido responsável, respeitador de regras, que aspira a ser governo, deve ser. Embora o resultado agora obtido confirme inteiramente os meus alertas, não tenciono concentrar-me em ajustes de contas com o passado", assinalou Nuno Melo, ao afirmar que é o "único deputado com mandato e palco nacional e europeu do CDS".

"Nunca virei as costas ao meu partido e não abandono o CDS no momento mais difícil da sua história", realçou, indicando que irá contactar os órgãos do partido para confirmar se "há condições institucionais e práticos para que o CDS possa começar um caminho novo, unificador, mobilizador e respeitador". 

Ao apurar-se esse quadro de normalidade, "serei candidato à presidência do CDS no próximo congresso", aponta Nuno Melo.