Boris Johnson na Ucrânia em pleno escândalo do “partygate”

Viagem ocorre numa altura em que as tensões entre Ucrânia e Rússia continuam a aumentar.

Numa altura em que acaba de ser publicado um inquérito interno ao Governo britânico sobre as festas que alegadamente violaram as restrições durante a pandemia covid-19, o primeiro-ministro Boris Johnson fez as malas e dirigiu-se para a Ucrânia, onde irá visitar o Presidente Volodymyr Zelenskiy e abordar uma possível invasão russa.

O primeiro-ministro britânico está determinado a “acelerar os esforços diplomáticos” e “aumentar a dissuasão para evitar derramamento de sangue” nos próximos dias, afirmaram fontes do governo, citadas pelo Guardian. Pretende ainda acentuar o apoio estratégico que o Reino Unido pode oferecer à Ucrânia, numa altura em que já disponibilizou armas defensivas e militares para treinar tropas da Ucrânia.

A visita deveria acontecer depois de uma chamada telefónica entre Putin e o Presidente ucraniano, no entanto, esta foi adiada e só irá acontecer na quarta-feira. Não é claro qual das nações é que decidiu adiar a conversa.

A viagem planeada para a região ocorre no meio de crescentes tensões entre a Ucrânia e a Rússia, que continua aumentando suas forças na fronteira do vizinho, mas também numa altura em que a política doméstica britânica parece estar “virada do avesso”.

Relatório do “Partygate” Esta segunda-feira, foi publicado o relatório da investigação do “partygate”. Entre os 16 “ajuntamentos” de assessores e membros do Executivo, para realizar festas de despedida de funcionários ou de celebração do Natal, apenas quatro não estão a ser investigados agora pela polícia.

O relatório da funcionária pública Sue Gray afirma que “pelo menos algumas das reuniões em causa representam uma falha grave em cumprir não apenas os altos padrões esperados daqueles que trabalham no coração do governo, mas também os padrões esperados de toda a população britânica na época”.

Face a estes resultados, o primeiro-ministro inglês, Boris Johnson, pediu desculpa em pleno Parlamento. “Primeiro, quero pedir desculpas. Lamento muito pelas coisas que simplesmente não fizemos bem e lamento muito pela forma como este assunto foi tratado”, afirmou, depois de ter sido recebido perante um coro de apupos. Reconhecendo que “não basta pedir desculpas”, Boris acrescentou: “Este é um momento em que devemos olhar-nos ao espelho e aprender. Eu percebo [o problema] e vou corrigi-lo”, garantiu.