Restos de dente de mamute encontrados num estaleiro no Reino Unido

Durante a construção de uma nova cidade no sudoeste de Inglaterra, foram descobertos por uma escavadora os ossos da era do gelo de um mamute, bisonte, rinoceronte, lobo e hiena. Os arqueólogos afirmam estar perante uma “descoberta excecional”.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, os arqueólogos de Shepart, uma vila em construção nos arredores de Devon, Reino Unido, afirmam que conseguiram encontrar uma “magafauna” que terá percorrido Devon há cerca de 30 mil a 60 mil anos. A verdade é que foram descobertos mais de 200 fragmentos de ossos que foram cuidadosamente removidos da escavação e serão examinados para que seja possível realizar-se uma reconstituição de como era a vida na Era do gelo na Grã-Bretanha.

Das amostras tiradas do estaleiro fazem parte resquícios parciais de mamute lanoso (revestido de lã), uma presa, um dente molar, entre outros ossos; restos de rinoceronte lanoso, incluindo um crânio incompleto e a mandíbula inferior. Também foi possível recolher restos parciais de hiena, cavalo, renas, lebre da montanha e de raposa vermelha. Além disso, havia ossos de pequenos mamíferos, tais como morcegos e musaranhos, uma espécie semelhante ao rato.

Até agora, os investigadores não têm a certeza sobre se estas espécies coexistiam no mesmo espaço físico e temporal ou não. Apesar disso, há uma teoria que afirma que algumas espécies “caíram num fosso e os respetivos cadáveres podem ter atraído outras que padeceram perante a mesma armadilha ou buraco”. Por outro lado, uma outra diz que os ossos podem ter sido arrastados para a mesma zona ao longo do tempo.

Segundo os arqueólogos, a compreensão dos mamíferos presentes, particularmente herbívoros, também “proporcionará uma visão das plantas que possam ter existido na altura”.

Duncan Wilson, o chefe executivo da Inglaterra Histórica, apelidou a descoberta de “excecional”. “Encontrar estes restos parciais de uma enorme variedade de espécies em Devon dá-nos uma brilhante perspetiva dentro do mundo animal no qual animais da idade do gelo britânica vagueavam há milhares de anos, tal com, um melhor entendimento do ambiente e clima nesse tempo”, explicou.

Os ossos dos animais encontram-se agora em análise académica e respetiva conservação, num processo organizado pelo “Consórcio de Sheford em colaboração com a Taylor Wimpey e a Vistry Partnerships”.