Realizador de La Casa de Papel planeia realizar filme sobre a mentira vivida por Salazar nos últimos anos da sua vida

António de Oliveira Salazar deixou o Governo de Portugal no ano de 1968, depois de ter sofrido um Acidente Vascular Cerebral. Contudo, passou o resto da sua vida (dois anos) a acreditar que ainda mandava no país. 

A agência espanhola EFE classifica-o como uma espécie de ‘Adeus, Lenine’ à portuguesa, comparando assim a maneira como o ditador português viveu a fase final da sua vida com o enredo do filme alemão – passado depois da queda do Muro de Berlim – onde um filho procura manter a mãe que está doente a viver na ilusão de que tinha sido ganha a batalha do bloco leste contra o capitalismo.

No livro ‘A incrível história de António Salazar, o ditador que morreu duas vezes’, o jornalista e escritor italiano Marco Ferrari conta ao pormenor a forma como António de Oliveira Salazar deixou o Governo de Portugal no ano de 1968, depois de ter sofrido um Acidente Vascular Cerebral e passou o resto da sua vida (dois anos) a acreditar que ainda mandava no país. 

O livro, lançado em Portugal em maio do ano passado, foi recentemente traduzido para espanhol. Segundo o autor italiano, depois de o ter lido, o realizador de La Casa de Papel, Jesus Colmenar, anunciou que quer fazer um filme sobre esse capítulo da vida de Salazar. 

“Foi a farsa mais importante da história”, considera Marco Ferrarri. “Os médicos receavam que sucumbisse mal soubesse que tinha sido removido do poder”, explicou à agência espanhola.