SMN. Patrões discordam de metas de subida

Turismo afasta semana de quatro dias, considerando que é impensável no setor.

O Conselho Nacional das Confederações Patronais (CNCP) veio dar cartão vermelho à definição de metas para a subida do salário mínimo nacional (SMN) para a legislatura, sublinhando que vai tentar evitar que Governo determine subida por decreto.

“Estamos obviamente disponíveis, como sempre estivemos a discutir aumentos salariais, seja do salário mínimo, seja de outra política mais alargada de rendimentos assente nestes objetivos”, referiu António Saraiva, acentuando que aquilo que as confederações patronais vão tentar é que “o Governo, ao invés -– sem uma racionalidade económica, sem assentar nestes fatores perfeitamente mensuráveis – determine por decreto os valores A, B ou C” do SMN.

Já em relação ao programa eleitoral do PS às eleições legislativas apontar para que o SMN atinja “pelos menos os 900 euros em 2026”, o presidente da CIP sublinhou que “prever este ou aquele objetivo perfeitamente quantificado” não parecer ser “o ponto de partida mais lógico”.

Turismo afasta redução de dias 

Também o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) considerou que, no momento atual, é “impensável” falar da semana de quatro dias no setor que representa. “Admito que haja algumas atividades em que isso possa ser mais bem consensualizado”, mas não no turismo que funciona “sete dias por semana, 24 horas por dia e 365 dias por ano, passar a semana de cinco para quatro 4 dias [de trabalho] neste momento penso que é completamente impensável”.

Para Francisco Calheiros, a questão da semana de trabalho de quatro dias é “um assunto que vai ter de ir à Concertação Social”, mas afasta que seja prioritário no atual contexto económico.