Vandalizadas pinturas rupestres de seis mil anos em Espanha

Os danos do ataque de vandalismo em Solana del Pino, com um grafiti da bandeira de Espanha, atingem três figuras antropomórficas remanescentes que datam a época do Neolítico.

As pinturas rupestres que ainda conservam o Peñón del Muerto, na cidade de Ciudad Real de Solana del Pino, foram vítimas de vandalismo. 

As pinturas com mais de seis mil anos foram “ocupadas” pela pintura da bandeira de Espanha,  que cobriu o que restava de um ataque sofrido há cerca de 15 anos, quando a maioria delas foi roubada. 

Nesta altura, o dano afetou três pinturas rupestres antropomórficas remanescentes, que datam o período da Pedra. 

Um usuário da rede social Twitter, @saltalomas, partilhou a imagem do  monumento natural destruído, acompanhada por uma mensagem de indignação: "Um patriota brega, demonstrando o seu alto grau de ignorância e catecismo (…) pintou uma bandeira espanhola no Muerto em Solana del Pino, destruindo algumas pinturas rupestres de mais de seis mil anos. Malditos!”. A denúncia chegou a milhares de pessoas através da rede social.

Segundo a publicação Cadena SER, o ataque foi uma “ação planeada e não um mero ato de vandalismo improvisado”, pois, dada a altura da rocha, “só poderia ser realizado através de uma escada, ou qualquer outro elemento de elevação”. 

Este não é o primeiro ataque ao monumento natural e artístico. No início do século este já havia sofrido um roubo da maior parte das pinturas, segundo o presidente da Associação Naturalista Aullidos del Valle de Alcudia (Anasma), José Duque.

Os actos ocorreram no passado fim-de-semana, conforme explicou a autarca do município, Josefa Poyatos, que os qualificou como "desagradáveis ​​e miseráveis", e referiu que todos na localidade estão "indignados e consternados" com o ocorrido. 

Interrogado sobre quem poderá ter sido o responsável, Poyatos argumentou que na cidade são 300 habitantes, todos se conhecem e, por isso, não se pode acusar ninguém.