Mayor de Nova Iorque quer proibir música ‘drill’ por considerá-la violenta

Eric Adams pede que as redes sociais censurem as canções e vídeos deste género de rap.

Depois do assassinato do artista local Jayquan McKenley, de 18 anos, alvejado a tiro após sair de um estúdio de gravação em Brooklyn, o autarca de Nova Iorque, Eric Adams, quer que as redes sociais censurem as canções e vídeos da música apelidade ‘drill’ considerando que o género, de rap, inluencia “o aumento de violência na cidade”.

O caso concreto, aconteceu após tantos outros que as autoridades acabaram por relacionar a gangues e a música ‘drill’ – um estilo que se caracteriza por versos violentos e que surgiu em Chicago na última década, conseguindo grande popularidade noutras cidades e países. 

Numa conferência de imprensa realizada na sexta-feira, Eric Adams afirmou que  “não fazia ideia do que era o ‘drill’”. Contudo, depois de ligar para o seu filho e deste lhe ter enviado alguns vídeos, percebeu que se tratava de uma situação “alarmante”. O autarca de Nova Iorque argumentou ainda que as redes sociais “têm de tomar medidas para travar a propagação do estilo musical”.

Adams, conhecido por, no meio de um pico de violência armada nos Estados Unidos, ter feito da segurança a principal prioridade, revelou que pretende reunir-se com empresas de comunicação social para lhes deixar claro que elas “têm uma responsabilidade cívica e empresarial”: “Expulsámos o ex-Presidente Donald Trump do Twitter pelo que dizia e, no entanto, permitimos que continuem nestes sítios música, exibição de armas, violência…”, explicou.

Atual político democrata e antigo agente da polícia, Eric adiantou ainda que também se quer reunir com artistas de ‘drill’ para abordar a forma como a sua música está a fazer aumentar a violência em muitas comunidades dos Estados Unidos.

Tal como este, na semana passada, o Procurador Distrital de Brooklyn, Eric González, advertiu numa entrevista ao canal local Fox 5 que “vídeos de ´drill´ rap estão a alimentar a violência entre bandos rivais”, depois de vários tiroteios recentes no bairro que as autoridades associam “a artistas do género musical”. De acordo González, “a música em si não é a causa da violência, mas está a alimentar o desejo de retaliação” por parte dos membros de gangues. 

Por sua vez, as autoridades afirmam que muitas das canções tratam de confrontos e disputas entre grupos, acompanhadas de vídeos nos quais abundam armas e ameaças, que acabam por desencadear lutas e tiroteios.