Bombardeamentos registados no leste da Ucrânia. Rússia continua a dizer que está a retirar tropas, mas EUA confirmam o oposto

Os separatistas, que estão a favor da Rússia, acusaram as forças do governo ucraniano de abrir fogo no seu território, numa vila na região de Luhansk. Segundo a SkyNews, os militares ucranianos afirmaram que os projéteis atingiram um jardim de infância, no entanto não provocou feridos.

Foram registados, esta quinta-feira, pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) vários bombardeamentos na linha de contacto entre os separatistas apoiados pela Rússia e forças do governo no leste da Ucrânia, indicou uma fonte diplomática à agência Reuters. Estes eventos surgem no momento em que a Rússia afirma que continua a retirar forças militares na Crimeira, enquanto os Estados Unidos acusam os russos de aumentar o contingente militar na fronteira com a Ucrânia. 

Os separatistas, que estão a favor da Rússia, acusaram as forças do governo ucraniano de abrir fogo no seu território, numa vila na região de Luhansk. Segundo a SkyNews, os militares ucranianos afirmaram que os projéteis atingiram um jardim de infância, no entanto não provocou feridos. Ainda assim, a gravidade da situação ainda está por avaliar.

Já o governo ucraniano acusa os separatistas pró-Rússia de usarem artilharia. 

Segundo a Reuters, estes incidentes aconteceram muitas vezes ao longo dos últimos anos, mas este evento ganha uma maior dimensão num momento em que a tensão entre a Rússia e os países Ocidentais mantém-se viva, com a possível invasão das tropas russas à Ucrânia, depois de terem sido destacados mais de 100 mil soldados nas fronteiras com aquele país. 

Neste momento, a incerteza continua instalada, mesmo com os vários anúncios da Rússia a indicar que está a retirar contingentes militares das fronteiras, dizendo que já terminaram os exercícios e por isso estão de regresso aos quartéis de origem. No entanto, os Estados Unidos referem o oposto: os russos continuam a aumentar o número de soldados nos últimos dias. 

"As unidades do distrito federal do sul que completaram a sua participação nas manobras táticas, nas bases na península da Crimeia, estão a regressar às suas bases, por via ferroviária", afirmou, esta quinta-feira, o Ministério da Defesa russo às agências de notícias russas.

 

A televisão pública russa mostrou imagens de um comboio carregado de camiões militares a atravessar a ponte que liga a Crimeia ao território russo.

"De facto, confirmámos agora que, nos últimos dias, a Rússia aumentou a sua presença ao longo da fronteira ucraniana em sete mil tropas, algumas das quais chegaram hoje [quarta-feira]", disse ontem um alto responsável da administração norte-americana, sob a condição de não ser identificado, citado pelas agências de notícias Associated Press e France-Presse.

Assim sendo, as novas estimativas apontam para cerca de 150 mil forças russas – número citado pelo presidente dos EUA, Joe Biden – colocadas na fronteira com a Ucrânia. 

Biden disse que, embora a Rússia tivesse dito que queria encontrar uma solução diplomática, "as suas ações indicam o contrário".

Já o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou também na quarta-feira não ter visto quaisquer sinais de uma diminuição da concentração das tropas russas nas fronteiras da Ucrânia, dizendo que tinha simplesmente observado "pequenas rotações".

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