EDP. Lucro cai 18% para 657 milhões de euros em 2021

Investimento totalizou 3900 milhões de euros, enquanto a dívida baixou para 11600 milhões. Trata-se do valor mais baixo dos últimos 14 anos.

O lucro da EDP caiu 18%, em 2021, para 657 milhões de euros. Em causa estão os “efeitos não recorrentes de 169 milhões de euros em 2021, incluindo imparidades associadas ao portfolio de centrais térmicas no mercado ibérico”. No entanto, excluindo estes impactos, o resultado líquido recorrente cresceu 6% para 826 milhões de euros, “suportado pelo desempenho positivo do negócio global de renováveis, a integração da Viesgo em Espanha e o crescimento das operações de redes de eletricidade no Brasil”. Ainda assim, o administrador financeiro, Rui Teixeira, afirmou que “os resultados foram bons”, destacando “a excelente ‘performance’ do negócio das renováveis”.

A elétrica refere ainda que, “o desempenho foi também penalizado “pela subida dos preços de energia nos mercados grossistas internacionais e pelos recursos hídricos abaixo da média na Península Ibérica”. De acordo com o CEO da empresa, os cerca de 4,2 milhões de clientes domésticos em Portugal da EDP Comercial não sentiram o impacto da subida dos preços em 2021, referindo que o propósito da empresa “é claramente de proteger os clientes e de assegurar a confiança que eles têm” na EDP.

O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente aumentou 7% para 3735 milhões de euros, incluindo impacto cambial negativo de 2%, devido essencialmente à desvalorização de 8% do real brasileiro face ao euro.

Já o investimento bruto da EDP totalizou 3900 milhões de euros em 2021, com as energias renováveis e as redes de eletricidade a representarem 95% deste valor. Feitas as contas, a empresa instalou, no ano passado, 2,6 GW de capacidade eólica e solar, e as energias renováveis representaram 75% da produção total de eletricidade.

Já a dívida líquida da EDP baixou 6% para 11 600 milhões de euros. Trata-se do montante mais baixo dos últimos 14 anos, refletindo o aumento de capital de 1,5 milhões de euros realizado na EDP Renováveis, a emissão de dois mil milhões de euros de obrigações híbridas verdes, e o aumento de investimento em renováveis e redes de eletricidade.

Recorde-se que, há um ano, Miguel Stilwell d’Andrade, admitiu estar previsto um ligeiro aumento da dívida líquida do grupo nos próximos anos, quando apresentou o plano estratégico 2021-2025, mas garantiu a manutenção dos rácios de endividamento face ao crescimento dos resultados.

Dividendo mantém-se A EDP revelou ainda que pretende manter em 19 cêntimos o dividendo acionista relativo ao exercício de 2021, como estava previsto no plano estratégico até 2025. 

Feitas as contas, a China Three Gorges – o maior acionista da empresa com 20,22% do capital – vai receber cerca de 152 milhões de euros em dividendos.

Quanto ao fecho das barragens – a EDP está desde o mês de fevereiro impedida de produzir energia hidroelétrica nas barragens de Alto Lindoso/Touvedo, Alto Rabagão, Vilar/Tabuaço, Cabril e Castelo de Bode face ao cenário de situação de seca severa ou extrema – o responsável garante que “[a paragem das barragens] tem impacto. Até agora estamos a falar de menos 2 TW de energia produzida. Faremos o balanço nos resultados do 1.º trimestre”.