PSD precisa de “tranquilidade” e “serenidade” até às próximas eleições diretas, diz Rui Rio

“Há muita gente que anda a falar em público sobre a situação do PSD e isso é prejudicial para o PSD. Não preciso de vir eu pôr mais achas para a fogueira”, apontou o líder dos sociais-democratas. 

PSD precisa de “tranquilidade” e “serenidade” até às próximas eleições diretas, diz Rui Rio

O presidente do PSD, Rui Rio, realçou, esta segunda-feira, a necessidade de haver "tranquilidade" e "serenidade" no processo eleitoral para que o partido saia das próximas eleições diretas com "alguma credibilidade".

"Há muita gente que anda a falar em público sobre a situação do PSD e isso é prejudicial para o PSD. Não preciso de vir eu pôr mais achas para a fogueira. Na posição em que estou compete-me fazer o contrário. Tentar impor ou conseguir alguma serenidade, tranquilidade para que o PSD saia disto com alguma credibilidade", apontou Rui Rio aos jornalistas à margem de uma visita à barragem do Alto Lindoso, no concelho de Ponte da Barca, distrito de Viana do Castelo. 

Para o líder do PSD, a "tranquilidade e serenidade" de que fala não "prejudica" o partido, pelo contrário, defendeu os "tumultos e confusão que prejudicam muito".

"Para que isso seja conseguido [tranquilidade e serenidade] passa por não alimentar noticias atrás de noticias, confusão atrás de confusão na comunicação social", considerou Rio, escusando-se a apontar uma data para a realização de eleições diretas.

Interrogado sobre se o novo Orçamento de Estado (OE) já deveria ser discutido com uma nova liderança do PSD, Rui Rio respondeu "o novo OE não vai trazer nada de extraordinário", visto que o primeiro-ministro António Costa esteve durante "toda a campanha eleitoral a dizer o que era". 

No entanto, Rui Rio sublinhou uma "pequena diferença". "O voto da oposição para efeitos práticos não conta para nada porque o PS tem uma maioria absoluta. Se o OE é o mesmo, tal como o primeiro-ministro disse, agravado um bocadinho com os contributos do PAN e do PCP, dados antes das eleições [legislativas], se o nosso voto foi contra, mais contra deve ser. Não me parece que venha alguém, que pudesse estar no meu lugar, no espaço de um mês e meio, dizer que afinal votamos com o PS o OE", notou. 

Recorde-se que no sábado o Conselho Nacional do PSD aprovou a proposta subscrita pela maioria das distritais para que, num prazo máximo de vinte dias, se realize uma nova reunião deste órgão e sejam marcadas eleições diretas e Congresso. A proposta de deliberação subscrita por 17 das 19 distritais (ficaram de fora Aveiro e de Évora) teve 42 votos a favor, 25 contra e três abstenções.

Na mesma reunião, foi rejeitada a proposta apresentada pelo deputado e líder da distrital de Faro, Cristóvão Norte, para que fosse convocado um congresso extraordinário antes das eleições diretas, com 12 votos a favor, 50 contra e dez abstenções.