Aproxima-se mais um Jubileu!

Para preparar este Ano Jubilar, o Papa Francisco lançou uma carta para estimular os Cristãos a prepararem-se para um ano de graça e de misericórdia, um ano de perdão para o homem de uma nova reconciliação com Deus e dos homens uns com os outros.   

Está próximo o Jubileu do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo a carne. É já em 2025. O tempo corre e corre e não pára! Ainda ontem estávamos a celebrar a viragem do século e a viragem do milénio e já se aproxima o próprio jubileu. 

Para preparar este Ano Jubilar, o Papa Francisco lançou uma carta para estimular os Cristãos a prepararem-se para um ano de graça e de misericórdia, um ano de perdão para o homem de uma nova reconciliação com Deus e dos homens uns com os outros. 

Neste contexto, o Santo Padre afirma que «isto será possível se formos capazes de recuperar o sentido de fraternidade universal, se não fecharmos os olhos diante do drama da pobreza crescente que impede milhões de homens, mulheres, jovens e crianças de viverem de maneira digna de seres humanos. Penso de modo especial nos inúmeros refugiados forçados a abandonar as suas terras. Que as vozes dos pobres sejam escutadas neste tempo de preparação para o Jubileu que, segundo o mandamento bíblico, restitui a cada um o acesso aos frutos da terra».

A carta do Papa lembra o sentido do próprio Jubileu a partir do livro do Levítico: «O que a terra produzir durante o seu descanso, servir-vos-á de alimento, a ti, ao teu escravo, à tua serva, ao teu jornaleiro e ao inquilino que vive contigo. Também o teu gado, assim como os animais selvagens da tua terra, poderão alimentar-se com todos esses frutos» (Lv 25, 6-7).

A celebração do Jubileu judaico-cristão é o princípio da própria libertação de toda a criação. Não é apenas o homem que está incluído na libertação das cadeias de escravidão e de angústia, mas toda a criação. Sim, os animais também! Sim, a terra, também… porque a terra também merece um Jubileu. A terra também merece descansar.

O Jubileu é como que um grande Shabath, um grande descanso de todas as obras. É como que um domingo anual, onde nos encontramos diante de Deus e dos homens para descansar um pouco.

O Papa quis, também, lembrar que a boa notícia que acompanha o Ano Jubilar terá de chegar a todos. O Ano Jubilar é para que todos os homens, todos os animais e todas as plantas possam experimentar a libertação.

Às vezes pensamos ser muito modernos com estas coisas da ecologia. E não é verdade… a ecologia é uma dimensão que estava presente na religião desde tempos imemoriais. 

Nós podemos e queremos rejeitar todo e qualquer argumento religioso para regular a vida humana, mas talvez haja na religião alguma réstia de sabedoria que não devamos descartar à partida.

Os antigos judeus (e os atuais também) celebravam o Jubileu e procuravam o descanso, voltando-se para Deus. Com o homem descansa toda a criação. 

Uma das coisas que me impressionou foi que durante o primeiro confinamento, parece que o buraco do ozono diminuiu e isso constitui um facto incrível. Pensar que o facto de termos parado de poluir durante três meses, o buraco do ozono diminuiu drasticamente. 

Gosto de pensar na religião para mim, porque me faz sentido, porque me dá um sentido à minha existência – a mim mesmo. Gosto, sobretudo, de pensar na religião e nos seus argumentos, na sua sabedoria, na sua intuição e perceber o que existe de universal na própria religião que possa ser considerado num debate pública.

Este argumento do descanso do ser humano para que as plantas e os animais – a casa comum – possam repousar e descansar um pouco é, sem dúvida, um argumento capaz de entrar num debate público contemporâneo.