Recorde histórico de baixas por doença em janeiro

Baixas covid-19 explicam subida, mesmo com apenas uma fração dos infetados a recorrer.

O número de portugueses que estiveram de baixa por motivo de doença em janeiro bateu o recorde histórico, revela o balanço da Segurança Social publicado esta segunda-feira, confirmando-se o que se antecipava quando o número de infeções começou a disparar, bem como o absentismo.

Ao todo estiveram em algum momento de baixa 513 mil portugueses, devendo-se este aumento sobretudo a situações relacionadas com diagnóstico de covid-19. Os registos da Segurança Social mostram que mensalmente o número de pedidos de baixa por doença se situa entre 100 e 200 mil, números que já tinham sido bastante excedidos no inverno passado, quando se registou um recorde, em fevereiro de 2021, de cerca 302 mil pedidos de certificados de indisponibilidade para o trabalho. Em média o valor da baixa foi inferior ao registado nessa altura, tendo rondado os 352,2 euros.

Os dados disponibilizados pela Segurança Social mostram que a faixa etária entre os 40 e 49 anos foi a que registou mais pedidos de baixa por doença, mais de 142 mil.

Ao todo, contabilizam-se 187 mil pedidos de baixa por doença covid-19, percebendo-se que apenas uma pequena fração dos cerca de 1,27 milhões de portugueses que testaram positivo em janeiro, usufruiu de baixa por doença (16,4%). Excluindo-se os casos em crianças e jovens, que representaram cerca de um terço dos diagnósticos no mês passado, conclui-se que duas em cada 10 pessoas com mais de 19 anos que tiveram covid em janeiro tiveram baixa por doença.

Ainda assim, a despesa da Segurança Social com baixas por doença covid-19 situou-se em 44 milhões de euros, pouco menos do que o total do primeiro ano da pandemia e cerca de metade de todo o ano passado. Os outros motivos de baixa por doença não são discriminados pela Segurança Social nem como o montante global despendido em baixas por doença.

Já em baixas por isolamento profilático devido à covid-19, que podem ser pedidas apenas por quem não pode fazer teletrabalho, a Segurança Social teve uma despesa de 45,1 milhões de euros em janeiro, com um total de 199 mil pessoas a recorrer a este subsídio criado pelo Governo para responder à covid-19. Este domingo, os dados reportados ontem pela DGS, havia ainda mais de 900 mil portugueses em isolamento devido à covid-19, sendo que a maioria não tem recorrido a estes apoios.