Quase 11 mil ucranianos entraram na Roménia através dos seus seis postos de controlo fronteiriço

Durante as conversações entre os ministros do Interior alemão e romeno, foi dada especial atenção “à agressão da Federação Russa contra a Ucrânia”. Ambos condenaram inequivocamente a agressão russa em termos categóricos e expressaram a sua solidariedade com a Ucrânia: “Estamos e agimos juntos na NATO e declaramos a nossa solidariedade ao povo da Ucrânia”, esclareceram.

Quase 11 mil ucranianos entraram na Roménia através dos seus seis postos de controlo fronteiriço

No primeiro dia da invasão russa da Ucrânia, um total de 10 624 ucranianos entraram na Roménia através dos seus seis postos de controlo fronteiriços. Tal aconteceu enquanto o país liderado por Vladimir Putin invadia a Ucrânia por terra, mar e ar, segundo informação veiculada pelo Ministro do Interior romeno Lucian Bode.

Importa referir que Bode avançou que, destes, 3.660 passaram pela Roménia a caminho da Bulgária e Hungria. Entre os aproximadamente 7.000 que se encontram atualmente na Roménia, apenas 11 solicitaram asilo político, sendo que os restantes podem permanecer em território romeno legalmente sem o fazer durante 90 dias.

É de realçar que, nesta sexta-feira, em comunicado, o Ministério do Interior alemão informou que "na quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022, o Ministro da Administração Interna, Sr. Lucian Bode, realizou uma reunião oficial na sede do Ministério do Interior da Baviera em Munique com o Sr. Joachim Hermann, Ministro de Estado, Ministro da Administração Interna, Desporto e Integração da Baviera. Neste contexto, destacou-se que uma componente importante da relação bilateral é a comunidade romena na Baviera, o estado alemão com a presença mais importante de cidadãos romenos – muito bem integrada e contribuindo ativamente para o bem da sociedade", sendo que os dois dignitários analisaram os mais recentes desenvolvimentos e iniciativas no domínio dos assuntos internos, com foco na prevenção e combate à criminalidade transfronteiriça e à migração ilegal, prestando igualmente atenção ao reforço permanente da segurança do espaço europeu.

"As discussões destacaram a necessidade de fortalecer um sistema de asilo justo, resiliente e sustentável, melhor proteção das fronteiras externas da UE, procedimentos de política de retorno mais rápidos e eficientes, medidas mais eficazes para detetar traficantes, bem como uma cooperação mais estreita com países terceiros. Neste contexto, o responsável do MIA destacou os esforços da Roménia para prevenir e combater a migração ilegal nas fronteiras externas da União Europeia, respetivamente, as medidas ordenadas para desencorajar a migração secundária", lê-se, sendo referido que, a seu lado, o representante romeno reiterou que o objetivo prioritário da Roménia é a adesão ao espaço Schengen. “Quero enfatizar o facto de que estamos a manter o nosso objetivo de ingressar no espaço Schengen. A Roménia assumiu todas as obrigações decorrentes do Acordo de Schengen, sem beneficiar desses direitos. É necessário que sejamos reconhecidos pelo papel essencial que temos na arquitetura de segurança da União Europeia”, afirmou Bode.

Durante as conversações, foi dada especial atenção "à agressão da Federação Russa contra a Ucrânia". Os dois ministros do Interior condenaram inequivocamente a agressão russa em termos categóricos e expressaram a sua solidariedade com a Ucrânia: "Estamos e agimos juntos na NATO e declaramos a nossa solidariedade ao povo da Ucrânia", esclareceram.

Já o ministro do Interior da Baviera, Joachim Herrmann, prometeu ajuda humanitária rápida e apoio, especialmente para os países que fazem fronteira com a Ucrânia. "Devemos estar preparados para o facto de que haverá movimentos de refugiados primeiro nos países vizinhos da Ucrânia. Concordei com os meus colegas ministros do Interior que forneceremos apoio maciço aos países envolvidos", apontou Herrmann. Naquilo que diz respeito a estes dois representantes, sabe-se que pretendem prosseguir "a cooperação direta na luta contra a criminalidade transfronteiriça e a migração ilegal, através da troca de boas práticas e especialistas". 

Até ao início da tarde desta sexta-feira, um porta-voz da agência das Nações Unidas para os refugiados noticiou, num briefing em Genebra, que pelo menos 100 mil pessoas haviam saído da Ucrânia, enquanto vários milhares já atravessaram as fronteiras para países vizinhos como a Moldávia, a Roménia ou a Polónia.

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