Portugal vai enviar uma companhia de infantaria no âmbito da NATO para a Roménia

António Costa reafirmou ainda disponibilidade para receber refugiados ucranianos, referindo que deu instruções para que sejam concedidos “vistos imediatos”. 

"É fundamental reforçar as ações de dissuasão tendo em conta esta clara violação do direito internacional, o facto de haver coação militar totalmente injustificada e que constitui um grave desafio à ordem internacional e a clara violação daquilo que são os valores da Carta das nações unidas e valores estruturantes da nossa aliança", começou por afirmar o primeiro-ministro quando falou aos jornalistas na tarde desta sexta-feira, depois de ter participado na Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo da NATO.

"Esta é uma guerra contra a liberdade de autodeterminação de um país democrático. Houve unanimidade de todos os Estados, tendo em vista a necessidade de reforçar a presença na NATO nas fronteiras da Ucrânia e em todos os países da aliança que estão perto de forma a ter dissuasão de impedir qualquer tentativa de prosseguir a escalada militar", referiu António Costa, esclarecendo que "Portugal, neste sentido, para além das forças que este ano tem afetas ao comando europeu da NATO, decidiu antecipar do segundo semestre para o primeiro a mobilização e o empenho de uma companhia de infantaria que estará na Roménia e será projetada nas próximas semanas".

"Vários outros países estão neste momento a antecipar, a reforçar ou decidir reforçar a sua participação junto destes países de forma a ter unidade e dissuasão relativamente à atuação da Rússia. Queria aproveitar para reforçar mais uma vez a profunda solidariedade para com o povo ucraniano, a principal vítima", apontou o chefe do Executivo no segundo dia da invasão da Ucrânia. "Reafirmamos também a necessidade de a aliança, tal como a UE, de ter uma visão de 360 graus relativamente à necessidade de reforçar a sua segurança energética de forma a não ficar tão dependente da Rússia e, por outro lado, manifestamos a nossa solidariedade para com os países que, estando na fronteira, serão destino para refugiados que pretendam proteção internacional".

"Portugal tem o privilégio de ter há vários anos uma comunidade ucraniana inserida no país. Reafirmo a total disponibilidade para acolher todos aqueles que querem prosseguir a vida entre nós e vamos conceder vistos imediatos para virem. Está operacionalizado com os ministérios das finanças e economia", revelou, frisando que dados como os números de Identificação da Segurança Social e de Identificação Fiscal serão de imediato dados aos refugiados ucranianos. "Podem prosseguir as suas vidas".