Procurador do Tribunal Penal Internacional confirma investigação aos crimes de guerra perpetuados pela Rússia

A abertura da investigação surge depois do Reino Unido, conjuntamente com 37 outros países, denunciar as “atrocidades” cometidas pela Rússia no conflito com a Ucrânia. 

Procurador do Tribunal Penal Internacional confirma investigação aos crimes de guerra perpetuados pela Rússia

Depois do Reino Unido revelar que, conjuntamente com 37 outros países, denunciou as "atrocidades" cometidas pela Rússia no conflito com a Ucrânia, o procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) anunciou, esta quarta-feira, que abriu oficialmente uma investigação aos alegados crimes de guerra russos.

"Estas denúncias permitem que o meu gabinete proceda com a abertura de uma investigação quanto à situação na Ucrânia a partir do dia 21 de novembro de 2013, incluindo quaisquer alegações passadas ou presentes de crimes de guerra, crimes contra a humanidade ou genocídio cometidos em qualquer parte do território ucraniano, por qualquer pessoa", sublinhou o procurador Karim Khan, em comunicado.

O responsável disse ter notificado a presidência do TPI "há momentos" quanto à sua decisão, pelo que o "trabalho de recolha de provas começou".

Khan recorda que, no seu comunicado publicado a 28 de fevereiro, o seu gabinete já teria "razões para acreditar que crimes tinham sido cometidos na jurisdição do TPI", com casos já identificados. Note-se que a Lituânia terá sido o primeiro país a pedir ao organismo para abrir uma investigação sobre os alegados crimes de guerra na invasão russa, no dia 28 de fevereiro.

O procurador garantiu ainda que irá contactar com todos os envolvidos no conflito, de modo a que a sua investigação seja "objetiva e independente, com todo o respeito pelo princípio da complementaridade", ao passo que que trabalha com o objetivo de atribuir "responsabilidade pelos crimes cometidos na jurisdição do TPI". Assim sendo, "o apoio dos governos e da comunidade internacional será essencial, enquanto lidamos com os desafios inerentes destas investigações".

O responsável apelou também aos "envolvidos nas hostilidades na Ucrânia para que adiram estritamente às regras da lei humanitária internacional", já que "ninguém na situação da Ucrânia tem o direito de cometer crimes na jurisdição do TPI".

Recorde-se que, com o apoio de 37 aliados, o Reino Unido denunciou as “atrocidades” cometidas pela Rússia na invasão à Ucrânia, de forma a que o TPI pudesse “proceder imediatamente a uma investigação”.