Variante Ómicron 2 da covid-19 já é dominante com maior peso no Algarve

BA.2 é responsável por 58% das infeções em Portugal, revelou o INSA. Descida de casos está a estabilizar.

A segunda linhagem da Omicron, classificada como BA.2, já é dominante em Portugal, confirmou ontem o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA). Representou no fim de semana 58% das infeções, sendo o peso superior no Algarve, onde ultrapassava já na semana anterior 60% dos novos casos. Não há sobressaltos de maior na situação epidemiológica, com a tendência de diminuição de infeções a manter-se no continente e oscilações nas regiões autónomas, mas agora parece haver uma estabilização na descida, registando-se atualmente uma média a sete dias de cerca de 9 mil casos diários e uma incidência ainda acima dos 1400 casos por 100 mil habitantes, calculou o i. A circulação do vírus mantém-se elevada segundo os parâmetros usados pelos peritos que dão apoio ao Governo na monitorização da covid-19 e a mortalidade, a baixar, continua também acima do limiar de alerta europeu, apontado pelo Governo para o levantamento de todas as restrições, o que implicará registarem-se diariamente em Portugal menos de 15 mortes atribuídas à covid-19.

Nos hospitais, onde nesta última vaga nunca foi ultrapassada a linha vermelha definida nos cuidados intensivos, houve esta terça-feira uma subida nos doentes infetados internados, que continuam a ser mais de mil, mais de 5% das camas disponíveis ao todo no SNS. Um efeito pouco habitual a meio da semana, sendo mais comum ao fim de semana quando habitualmente são dadas menos altas. Um sinal que é preciso aguardar para ver o que significa. 

Mesmo com os países tendencialmente agora a testar menos, no Reino Unido parece inverter-se esta semana a tendência de descida de infeções após um mês de quebra, com uma subida de 11% nas infeções reportadas esta quarta-feira face à semana passada. Nos hospitais, nota-se também um ligeiro aumento de internamentos, que coincide com a maior circulação da BA.2, também já dominante no país.

A OMS reconheceu na semana passada que a BA.2 pode ser mais contagiosa do que a linhagem da Omicron que circulou inicialmente, mas não a isolou como variante autónoma. A expectativa é perceber se, com o alívio de restrições, existe um novo aumento de infeções e com que severidade, nomeadamente à medida que vai passando o tempo após o reforço vacinal. Na Dinamarca, dos primeiros países a sinalizar uma maior circulação desta variante, a análise de casos entre dezembro e fevereiro concluiu que a reinfeção é possível num curto espaço de tempo, parecendo um fenómeno raro e que afeta mais quem não está vacinado, sem maior risco de hospitalização.