Militares em treinos antimísseis em mata de Queluz

Quinta Nova, junto ao Palácio Nacional de Queluz, é palco de treino dos militares que partirão para a Roménia para reforçar forças da NATO. 

A Quinta Nova em Queluz, propriedade do Exército habitualmente aberta ao público para lazer, tem estado fechada para treinos militares. O aviso não passou a despercebido este fim de semana a quem frequenta o local: “De 3 a 7 de março de 2022, decorre um exercício militar nesta área, encontrando-se a mesma encerrada no período referido”, lia-se em folhas afixadas pelo Regimento de Artilharia Antiaérea n.º1 nos portões que costumam estar abertos, entrada para a mata junto ao Palácio Nacional de Queluz com declives e tanques de água, local de passeio na natureza que se tornou mais popular na linha de Sintra nos últimos anos de pandemia.

Ao i, fonte militar confirmou ontem que têm estado a decorrer nesta mata de Queluz treinos antimísseis dos militares do Exército que vão integrar a missão de cerca de 170 operacionais que partirá para a Roménia no âmbito de um reforço do contingente da NATO no Mar Negro. 

Parte do treino é feito dentro do quartel com recurso a simulador de mísseis, um sistema que permite treinar sem disparo de mísseis reais, explicou ao i a mesma fonte, estando a restante preparação de prontidão desta força a ser feita na mata. Além do Exército, que partirá primeiro, há outras unidades da Marinha e Força Aérea a serem preparadas, apurou o i.  

O Governo anunciou no final de fevereiro que seria antecipada, nas próximas semanas, a projeção de uma companhia de infantaria, no seguimento do que está a ser feito por outros países, sendo que antes do rebentar da guerra na Ucrânia era já esperado que militares portugueses viessem a partir para a Roménia no âmbito de exercícios da  ‘Tailored Forward Presence’ da NATO. 

“A decisão que NATO tomou foi reforçar batalhões de combate permanentes no território em vez de enviar forças de reforço, que temos em estado de prontidão”, explicou António Costa a 25 de fevereiro.  O primeiro-ministro reiterou na altura que o país cumprirá todos os compromissos que tem com a NATO: “é uma garantia fundamental, porque estamo-nos a bater pelos valores fundadores desta aliança”, explicou, nomeadamente o “princípio de defesa mútuo na base da qual esta construída a aliança”.