Zelensky diz que não aceita “ultimatos” e pede para Putin sair da sua “bolha” e começar a “dialogar”

Esta foi a resposta do presidente ucraniano quando questionado pela rede norte-americana ABC, sobre o anúncio do Kremlin, que propôs interromper a sua ofensiva se Kiev renunciar à adesão à NATO, reconhecer a Crimeia como território russo e reconhecer a independência da região do Donbass, parcialmente ocupada por milícias pró-Rússia.

Zelensky diz que não aceita “ultimatos” e pede para Putin sair da sua “bolha” e começar a “dialogar”

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou, esta segunda-feira, que não aceita o "ultimato" do Kremlin para parar a invasão e pediu ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, que saia da sua "bolha" e inicie o "diálogo".

Esta foi a resposta do presidente ucraniano quando questionado pela rede norte-americana ABC, sobre o anúncio do Kremlin, que propôs interromper a sua ofensiva se Kiev renunciar à adesão à NATO, reconhecer a Crimeia como território russo e reconhecer a independência da região do Donbass, parcialmente ocupada por milícias pró-Rússia.

"Este é outro ultimato e não estamos preparados para ultimatos", sublinhou Zelensky durante a entrevista, que vai para o ar na íntegra esta noite.

Para o presidente ucraniano, "o que Putin deve fazer é iniciar o diálogo em vez de viver numa bolha de informação sem oxigénio".

"Ele está numa bolha a receber informações e não sabemos se as informações que lhe dão são realistas", apontou o chefe de Estado ucraniano. 

Já interrogado sobre a recusa da NATO e de Washington em impor uma zona de exclusão aérea na Ucrânia, Zelensky persistiu na ideia de que é preciso derrubar mísseis russos para "preservar vidas" de civis, já que, notou, há bombardeamentos contra universidades e hospitais.

"Tenho a certeza de que os bravos soldados americanos derrubariam (os mísseis russos) que são lançados contra os estudantes. Tenho a certeza de que não hesitariam em fazê-lo", disse Volodymyr Zelensky. 

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, reiterou hoje, durante uma visita à Letónia que nem Washington nem a NATO apoiarão uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia, dado que isso significaria tornar a Aliança "parte" do conflito.

Neste momento, a posição assumida pela NATO é enviar armas aos ucranianos para se defenderem do ataque russo e não enviar soldados ou aviões para a Ucrânia, país que não faz parte da Aliança.