Ventura fora do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Rússia

Depois dos deputados do PS e do PSD, também o líder do Chega se afastou deste grupo.

André Ventura, líder do Chega, anunciou ontem a sua desvinculação do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Rússia. Através de um comunicado, Ventura afirma que “numa tomada de posição formal com caráter simbólico e atendendo à atual situação internacional em que a Rússia se envolveu, e que indubitavelmente impacta as relações deste país com o resto da Europa”, deverá ser proposta “a extinção do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Rússia”, ao mesmo tempo que pede a sua “desvinculação do mesmo se tal não for aprovado”.

Recorde-se que, já na terça-feira, uma reunião do grupo parlamentar em questão – na qual Ventura não marcou presença -, deputados do PS e do PSD aprovaram por maioria (com o voto contra do comunista Duarte Alves) um texto onde se propõe que este grupo de amizade seja extinto, e que se avance com “o congelamento das demais relações bilaterais com a Duma (parlamento russo) e os seus parlamentares”.

Apesar de pedir a sua desvinculação, o líder do Chega recorda que o Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Rússia tinha como objetivo “’o reforço de relações de cooperação institucional com outros parlamentos, respondendo, de igual forma, à necessidade de aprofundar as especiais relações que têm vindo a manter-se com parlamentos de países amigos’, neste caso específico da Rússia”. Ainda assim, “infelizmente e contra aquilo que seria expectável em pleno século XXI”, o mundo assiste à invasão russa da Ucrânia, lamenta Ventura em comunicado, dizendo ser fundamental “manifestar o apoio ao povo da Ucrânia, condenando a Rússia pela invasão de um Estado soberano e pela violação clara do direito internacional, apelando ao apoio urgente às populações atingidas, como também à implementação de medidas adequadas à reposição da paz”.