Marcelo Rebelo de Sousa. “Há mais Portugal para além destes tempos tão exigentes e mesmo dramático”

Presidente da República fez esta sexta-feira um discurso de oito minutos na sessão de abertura de uma conferência da Ordem dos Economistas

Marcelo Rebelo de Sousa. “Há mais Portugal para além destes tempos tão exigentes e mesmo dramático”

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou esta sexta-feira, na sessão de abertura de uma conferência da Ordem dos Economistas que "há mais Portugal para além destes tempos" de guerra, apelando para que não se desistisse de pensar a médio e longo prazo, com a ambição de "crescer mais".

A sessão de abertura da conferência, que se realizou na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, contou com um discurso de oito minutos por parte do Presidente da República, que escolheu centrar-se em três palavras: "Ambição, resistência e mobilização nacional".

"Ambição nas metas, ambição de crescer mais, ambição de crescer mais duradouramente, ambição de mudar o que é preciso mudar de fundo para se crescer mais e mais duradouramente, ambição de partilhar mais e melhor o fruto do crescimento, ambição de crescer mais e mais duradouramente garantindo que o crescimento é desenvolvimento, porque com justiça social e porque com ambiental", pediu.

Marcelo Rebelo de Sousa disse que "Portugal não acaba em março, nem em abril, nem em maio, nem em novembro, nem em dezembro de 2022 ou em 2023", considerando ainda que "há mais Portugal para além destes tempos tão exigentes e mesmo dramáticos".

"Que os encaremos com coragem e sem tibiezas, que os encaremos, porém, a pensar no que sobrará – e será muito, e será essencial – para além dele, sem nunca perdermos de vista o objetivo fundamental deste instante: que é o de, com firmeza, clareza e serenidade, abreviar a guerra", sublinhou.

O chefe de Estado identificou ainda um "choque de efeitos" no "embate imediato" da invasão russa da Ucrânia, "a somarem-se aos sobrantes da pandemia" de covid-19, "a avolumarem inflação, a pressionarem para um difuso sentido de estagnação relativa, a descompensarem pessoas e a desestruturarem instituições, comunidades, a própria ordem internacional".

O Presidente da República cnsidera que é necessário resistir ao "choque de efeitos", de maneira a que "a ambição não tarde mais, não perca o seu tempo, não seja novamente um sonho frustrado, uma aspiração adiada".

Marcelo Rebelo de Sousa apelou à "mobilização nacional para resistir no mais urgente do urgente e para ambicionar o mais necessário do necessário", capaz de "aguentar mais estas provações" e "acolher mais estes injustiçados pelo destino", mas sem "desistir do futuro por causa dos choques do presente".

Há que "ver para além desses choques, dessas incertezas, dessas imprevisibilidades" e enfrentar esta conjuntura "nunca trocando o médio longo prazo pelo dia a dia, sem nunca deixar de fazer o melhor no dia a dia para ser possível o médio e o longo prazo", sublinhou.