Mariupol vive horrores

A brutalidade da invasão sente-se particularmente em Mariupol. Civis estão cercados e sob fogo constante.

Mariupol vive horrores

Centenas de milhares de habitantes de Mariupol estão sem acesso a comida, água, eletricidade e cuidados médicos, sob cerco russo. Enquanto enfrentam «dias infernais», denunciou o presidente da câmara Vadym Boychenko.

«A cada trinta minutos, chegam aviões sobre Mariupol e trabalham sobre áreas residenciais, matando civis, os idosos, mulheres, crianças», escreveu nas redes sociais, aproveitando um dos momentos em que as comunicações da cidade não estão em baixo. «É esta a grandeza do exército russo?», questionou.

De facto, a brutalidade das forças russas parece estar a crescer proporcionalmente à frustração com a prometida rápida derrota da Ucrânia não se estar a materializar (ver páginas 8-9). E Mariupol, uma cidade portuária no sul do país – onde o avanço das forças russas tem sido mais rápido, talvez por contaram com apoio naval, mas também por o terreno ser mais seco que no norte e as estradas sofrerem menos com a época da lama – crucial para controlar o mar de Azov, tem sido particularmente massacrada.

Ainda há uns dias, o ataque a um hospital pediátrico em Mariupol chocou o mundo. E desde então foram sendo encontrados cada vez mais cadáveres nos escombros da cidade, batendo já os 1500, segundo as autoridades locais.

Por agora, as forças russas não parecem estar dispostas a deixar os cerca de 400 mil habitantes da cidade escapar, dado que desde o fim de semana passado que todas as promessas para um cessar-fogo temporário, permitindo criar corredores humanitários, foram interrompidos pelo recomeço dos bombardeamentos.

«Eles têm claras ordens para manter Mariupol refém, para troçarem dela, constantemente a bombardearem», acusou o Presidente Volodymyr Zelensky. «Isto é puro terror, da parte de terroristas experientes».